
Francisco Sá Carneiro e Francisco Pinto Balsemão aceitam integrar as listas da União Nacional. Começam a bater-se pela democratização política da sociedade segundo o modelo ocidental, pela resolução da guerra colonial e por um projeto de revisão constitucional que consagrasse liberdades, direitos e garantias individuais.

O Movimento das Forças Armadas põe fim a quase meio século de autoritarismo. O regime é deposto e o poder passa a ser exercido pela Junta de Salvação Nacional. Portugal inicia o processo de transição democrática.

11 dias depois do golpe militar que abriu caminho para a democracia, Francisco Sá Carneiro, Francisco Pinto Balsemão e Joaquim Magalhães Mota, antigos deputados da "Ala Liberal", apresentam ao país o PPD, Partido Popular Democrático, de matriz social-democrata.

É criado em São Miguel o Partido Popular Democrático Açoriano (PPD-A). João Bosco Mota Amaral é eleito o seu primeiro líder.
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Logo na primeira semana de junho, cerca de 30 jovens liderados por António Rebelo de Sousa criam o Núcleo dos Jovens do PPD. Ainda antes do final do mês, tornar-se-á JSD - juventude Social-Democrata, estrutura autónoma que virá a ser um laboratório de ideias do partido e uma das suas maiores forças de mobilização.
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São realizadas inúmeras sessões de esclarecimento do PPD por todo o País, acompanhadas pela abertura de várias sedes locais do Partido. No dia 21, são conhecidos os dirigentes nacionais. Francisco Sá Carneiro assume o cargo de Secretário-Geral.

Escrito por Paulo de Carvalho e José Calvário, reflete o posicionamento original do PPD, mais próximo do centro-esquerda, indissociável da época em que foi criado; mas permanece, até hoje, como o mais emblemático dos hinos do partido. Calvário era militante do PPD, ao contrário de Carvalho, que viria aliás, mais tarde, a filiar-se no PCP.

Sob fundo laranja, por ser quente e mobilizador, diferente do vermelho do PCP e do PS e mais forte do que opções como o verde ou o azul, o símbolo das três setas foi criado pelo cartunista Augusto Cid e inspirado no sinal de resistência antinazi com que os sociais-democratas alemães riscavam a suástica: primeira como um raio, depois como uma flecha. As três setas sobrepostas transmitem uma ideia de união e dinamismo na busca por um diferente. Quanto às cores, fazem a síntese das correntes de pensamento do partido: a negra, evocando os movimentos libertários; a vermelha, a luta das classes trabalhadoras; a branca, os valores humanistas da tradição cristã, consubstanciados no Personalismo.

É lançado o primeiro número do jornal do PPD/PSD, o Povo Livre. Manuel Alegria, o primeiro diretor, assina o editorial; a manchete remete para a longa entrevista ao líder Francisco Sá Carneiro: “Nunca nos servimos do governo para fazer política partidária".
Hoje, o semanário já leva mais de 2300 números.

É fundado o Partido Popular Democrático na Madeira (PPD-M). Jaime Ornelas Camacho é o líder e será o primeiro Presidente do Governo Regional, nomeado em 1976.
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Tem lugar o primeiro grande comício nacional do PPD, cerca de cinco meses depois da sua fundação. Carlos Mota Pinto profere aquela que será uma das frases emblemáticas do Partido: "hoje somos muitos, amanhã seremos milhões".

Após rumores de uma alegada mobilização armada contra António de Spínola, elementos das forças armadas apoiantes do antigo Presidente tentam um golpe de Estado que fracassa. O general Spínola parte para Espanha e depois para o Brasil. Tem início o período designado como Processo Revolucionário em Curso (PREC).

O PPD é o segundo partido mais votado com 26,39% dos votos, garantindo a eleição de 81 deputados para a Assembleia Constituinte.

Dias depois do cerco à Assembleia, forças militares e civis ligadas à extrema-esquerda tentam um golpe que é abortado pelas forças moderadas.
No rescaldo, o PPD exige a saída do PCP do VI Governo Provisório, acusando os comunistas de tentarem impor uma nova ditadura em Portugal. A data assinala simbolicamente o fim do PREC Processo Revolucionário em Curso e abre caminho à democracia liberal e pluripartidária em que até hoje vivemos.

É aprovado o texto da Constituição da República Portuguesa que consagra a democracia e os princípios pelos quais se bateram os fundadores do PPD.

É eleito o I Governo Constitucional. O PPD elege 73 deputados e o PS vence o escrutínio.
Realizam-se as primeiras eleições legislativas nas Regiões Autónomas, criadas pela Constituição conforme projeto liderado pelo PPD. Os sociais-democratas de João Bosco Mota Amaral vencem nos Açores por maioria absoluta.

O mesmo cenário na Madeira: o PPD regional, então liderado por Jaime Ornelas Camacho, vence por maioria absoluta e inicia um pleno de vitórias, sem paralelo na história na democracia portuguesa.

O Conselho Nacional reúne-se no Hotel Estoril Sol e inicia a mudança de nome de PPD para PSD. Embora os fundadores quisessem desde o início chamar PSD ao PSD, optaram por PPD devido ao contexto revolucionário e à sugestão de Rúben A. Leitão.

No final do ano, os portugueses votam livremente para escolher o poder local. O PPD é o segundo Partido mais votado e consegue 25,71% dos votos. Ao PS cabem 35,02%, a FEPU alcança 19,04%, e o CDS obtém 17,24%.

Alberto João Jardim é eleito Presidente do Governo Regional da Madeira, iniciando um dos mandatos mais longos da Europa, que duraria 37 anos, até abril de 2015. Líder carismático e polémico, foi reeleito sucessivamente sempre com maiorias absolutas, ficando conhecido pela defesa firme da autonomia madeirense e por modernizar profundamente a região.

Goradas as tentativas de negociação com o Partido Socialista, o PSD, o CDS e o PPM concluem com sucesso um compromisso pré-eleitoral histórico com o objectivo de alcançar "um novo poder político democrático". No Largo do Caldas, pelas 10h00, nasce a Aliança Democrática, que fará da revisão da Constituição de 1976 uma das suas bandeiras.

A Aliança Democrática, formada por PSD, CDS e PPM e liderada por Francisco Sá Carneiro, vence as eleições legislativas e dá ao país o primeiro governo de maioria absoluta, com 42,52% dos votos. Elege 121 deputados.

Em véspera de eleições Presidenciais, despenha-se o avião em que viajavam Francisco Sá Carneiro, Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa e esposa, António Patrício Gouveia e os pilotos Alfredo Sousa e Jorge Albuquerque. O PSD perde o seu fundador e o país o seu primeiro-ministro e líder reformador.

Toma posse o VII Governo. Francisco Pinto Balsemão assume uma agenda reformista que ficará marcada com a aprovação da histórica revisão constitucional de 1982.

Liderado por Francisco Pinto Balsemão, o governo da AD conduz o processo que leva à primeira e histórica revisão constitucional. Por ela, se extingue o Conselho da Revolução, cria o Tribunal Constitucional e liberta, enfim, o regime democrático do controlo militar, rumo à democracia plena.

PS e PSD coligam-se para formar um governo de responsabilidade, capaz de levar a cabo o programa de austeridade exigido pelo pedido de ajuda financeira ao FMI. O IX Governo liderado por Mário Soares e com Mota Pinto como vice-primeiro-ministro fica para a história como o governo do Bloco Central.

A pretexto de fazer a rodagem de um automóvel recém-adquirido, Aníbal Cavaco Silva, antigo ministro das Finanças de Sá Carneiro, vai ao congresso da Figueira da Foz e sai de lá líder do partido. É o improvável início de uma década histórica de desenvolvimento.

Em nome de Portugal, Rui Machete, líder do PSD e vice-primeiro-ministro, assina com Mário Soares, Jaime Gama e Êrnani Lopes o Tratado de Adesão à Comunidade Económica Europeia (CEE). A bem sucedida adesão confirma a conclusão das negociações realizadas durante os governos liderados pela AD. Espanha adere na mesma data.

As eleições legislativas dão a vitória ao PSD liderado por Cavaco Silva. O caminho de crescimento sustentado junto do eleitorado levará à conquista de duas maiorias absolutas históricas nos atos eleitorais subsequentes.

Meio ano depois da assinatura da adesão, Portugal acorda, oficialmente, membro de pleno direito da Comunidade Económica Europeia, então restrita a 12 países. É a materialização de uma aspiração antiga e de um longo processo negocial conduzido pelos governos da AD e do Bloco Central.

Depois de ver o seu governo minoritário derrubado pelo PRD e pelo PS na Assembleia, o PSD vai a votos e volta com a primeira maioria absoluta de um só partido na história da democracia portuguesa.
No mesmo dia, elegem-se pela primeira vez os deputados para o Parlamento Europeu: 10 para o PSD, 6 para o PS, 3 para a CDU, 1 para o PRD e 1 para o CDS.

No Outono, em Berlim, cai o muro sobre os regimes comunistas. O processo que conduz à reunificação da Alemanha, berço da social-democracia, há-de levar ao colapso da União Soviética, à adesão dos países do antigo Pacto de Varsóvia ao modelo das democracias liberais e, em última instância, à transformação profunda da própria Europa.

O eleitorado renova, e reforça, a votação no PSD de Cavaco Silva nas eleições legislativas de 91. Inicia-se assim a última etapa de uma década de crescimento, modernização do país, convergência com a Europa e desenvolvimento económico e social sem paralelo em 50 anos de democracia.

Na cidade neerlandesa de Maastricht, os estados-membros da CEE assinam o tratado que cria as metas da livre-circulação de pessoas, mercadorias, serviços e capital, lança as bases para a criação da moeda única e substitui a designação de “Comunidade Económica Europeia” pela de “União Europeia”. Cada vez mais, o projeto europeu visava a aproximação dos povos, não apenas das economias.

Dez anos depois do seu início, chega ao fim um ciclo político: o PS é o partido mais votado com 43,76% nas eleições legislativas. O PSD alcança 34,12% dos votos.

O PSD passa a fazer parte da família política do Partido Popular Europeu (PPE). Marcelo Rebelo de Sousa assume o lugar de vice-presidente.

É inaugurada a Exposição Universal em Lisboa, dedicada ao tema dos oceanos, projeto lançado seis anos antes pelo terceiro executivo Cavaco Silva. O maior evento internacional alguma vez organizado no país permitiria ainda recuperar a zona oriental de Lisboa, descontaminar águas e solos e lançar, em grande escala, o debate em torno das questões ambientais e do diálogo entre os povos.

Um ataque terrorista de dimensões nunca vistas em solo norte-americano assinala o início trágico e simbólico de um novo século, marcado pela desconfiança, obsessões securitárias, extremismos religiosos e um novo tipo de guerra, indiferente à vontade e soberania dos estados. Mais do que nunca, torna-se urgente a defesa dos valores da social-democracia, da tolerância e do humanismo.

Com mais de metade das câmaras conquistadas (159 em 308), o PSD vence, de forma retumbante, as Autárquicas e reafirma o estatuto de grande partido do poder local. No dia seguinte, o primeiro-ministro socialista António Guterres demite-se, a fim de evitar “o pântano”.

200,482 escudos. O facto de, muito provavelmente, já não se recordar de que era este o valor de um euro em moeda antiga é, talvez, o melhor sintoma de quão rápida foi a adaptação do país à nova. Em 2002, no primeiro dia do ano, entrava em circulação a moeda única, mudando para sempre a economia europeia e a forma de trabalhar, viver e viajar de milhões de europeus.

Seis anos e meio depois, inverte-se o ciclo político: com 40,21% dos votos, Durão Barroso é eleito Primeiro-Ministro. O PSD forma governo com o CDS-PP. O mandato ficará marcado pela redução do défice público na sequência do processo por défice excessivo instaurado pela União Europeia.

Arranca, em Castelo de Vide, a 1ª edição da Universidade de Verão, uma iniciativa da JSD, PSD e Instituto Francisco Sá Carneiro, dirigida por Carlos Coelho. O evento, destinado à formação de jovens quadros políticos, vem a tornar-se um dos marcos da rentrée política e a inspirar organizações semelhantes noutras latitudes políticas.

Com a saída de Durão Barroso para a Comissão Europeia, o Conselho Nacional do PSD deposita em Pedro Santana Lopes a liderança do Partido. A 11 de julho, o PSD indica Santana Lopes como Primeiro-Ministro que se compromete a seguir o programa do governo de Durão Barroso.

Aníbal Cavaco Silva vence as eleições Presidenciais à primeira volta. É o primeiro Presidente da República a vir da família política social-democrata.

É assinado em Lisboa o tratado que substitui o projeto da Constituição Europeia e que aprofunda e redefine os laços políticos da União.

Manuela Ferreira Leite é eleita Presidente do PSD com 37,67% dos votos. É a primeira mulher a liderar um político partido em Portugal.

O Primeiro-Ministro anuncia aos portugueses que o governo socialista pediu ajuda financeira internacional. A 5 de maio, Portugal assinará com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional o programa de resgate.
O PSD vence as Legislativas e convida o CDS a formar a coligação de governo que terá de executar o programa de assistência financeira internacional, pedido e negociado pelo anterior executivo socialista. É talvez o momento mais difícil da história da democracia portuguesa – e que fica nessa mesma história como exemplo do sentido de responsabilidade do PSD, tantas vezes chamado pelos portugueses nas horas mais difíceis do país.

Assunção Esteves, deputada do PSD, é eleita a primeira mulher Presidente da Assembleia da República.

Portugal volta a financiar-se nos mercados internacionais e anuncia o fim do programa de resgate. É a chamada “saída limpa”, que supera todas as expectativas, dispensando um programa cautelar de crédito e até a última tranche do empréstimo da Troika.

Miguel Albuquerque sucede a Alberto João Jardim na Região Autónoma da Madeira, assumindo a presidência do Governo Regional em abril de 2015, após 37 anos de liderança de Jardim.

O PPD/PSD e o CDS-PP assinaram um compromisso para formar uma aliança para as eleições legislativas de 2015, com a assinatura de Pedro Passos Coelho e Paulo Portas no dia 16 de maio como ato fundador da coligação, a mesma é formalmente registada a 20 de julho de 2015 com o nome de Portugal à Frente.

Contra quase todas as previsões e depois de ter tido de tomar as medidas mais difíceis em meio século de democracia, a coligação PSD/CDS vê reconhecido o seu trabalho pelos eleitores e vence, novamente, as legislativas. Sem conseguir formar maioria na Assembleia, o novo governo será derrubado após poucas semanas pelo PS, com o apoio parlamentar da esquerda.

Marcelo Rebelo de Sousa vence as Presidenciais à primeira volta. Tal como o seu antecessor, o Presidente Cavaco Silva, será reeleito cinco anos mais tarde para um segundo mandato, elevando para quatro as eleições consecutivas em que os portugueses sufragam para mais alto representante da Nação destacadas figuras da história do PSD.

Rui Rio, Presidente do PSD e líder da oposição, coloca a política de lado e declara colaboração total com o governo na execução das medidas necessárias ao combate à situação de emergência provocada pela pandemia da Covid-19. O exemplo é citado e saudado internacionalmente.

Liderado por José Manuel Bolieiro, o PSD-Açores forma uma coligação de governo com o CDS e o PPM e o apoio parlamentar de Chega e Iniciativa Liberal, pondo fim a 24 anos de domínio socialista na região.

À frente da coligação Novos Tempos, Carlos Moedas vence as eleições em Lisboa, ganhando a maior câmara do país a Fernando Medina, Presidente em exercício e então apontado como provável candidato à liderança do PS.


A AD Coligação PSD/CDS venceu novamente as eleições legislativas, um ano depois da sua anterior vitória, reforçando a representação parlamentar com 91 deputados. Este resultado confirma a confiança renovada dos portugueses no projeto liderado por Luís Montenegro e consolida a AD como a principal força política nacional.