Rui Rio concorda em taxar lucros conjunturais por causa da guerra

8 de abril de 2022
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Questionado sobre a possibilidade de o Governo taxar lucros conjunturais em alguns setores de atividade devido à guerra na Ucrânia, Rui Rio concorda com essa solução. “Se a ideia é taxar lucros excessivos, eu acho que não. Se a ideia é [taxar] lucros decorrentes da situação conjuntural que vivemos, que esse adicional de lucro seja taxado adicionalmente, concordo”, afirmou.

Rui Rio salienta que “uma empresa que está no mercado é para ganhar dinheiro” e, nesse caso, pagará mais IRC quanto mais lucrar. Por sua vez, perante uma “situação anómala”, como aconteceu durante a pandemia de covid-19, e agora com a guerra na Ucrânia, então certos “setores de nicho que estão a dar lucros para lá do normal” devem, segundo Rui Rio, “contribuir com mais” [impostos].

Sobre os combustíveis, o Presidente do PSD voltou a frisar que, quando o Orçamento do Estado para 2021 foi elaborado, o preço do crude rondava os 51 dólares, tendo subido em outubro para os 79 e situando-se atualmente à volta dos 100 dólares. “Ao reportar-se a outubro, o Governo vai dar a diferença entre os 79 e os 100, vai ficar para ele com a diferença entre os 51 e os 79, fica com uma diferença maior do que aquela que está a dar. (…) O Governo continua a ganhar com a guerra, vai ganhar um pouco menos, e agora vai abdicar com uma parte do ganho. (…) A solução ideal, dados os preços dos combustíveis, seria o Governo abdicar dos ganhos extraordinários”, precisou.

Para o Presidente do PSD, todas as medidas que venham a ser tomadas, mesmo que “bem-intencionadas”, “carecem de ser explicadas”.

A propósito da eleição dos novos órgãos externos à Assembleia, Rui Rio defende que “rapidamente” se devem eleger todos esses órgãos, “porque se se começar a arrastar”, dentro de “um ano” “ou de uma legislatura” e corre-se o risco de o país ainda não ter esses representantes no exercício de funções.