Estamos preocupados com a vida dos portugueses, não com as maiorias parlamentares

12 de abril de 2024
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Hugo Soares acusa o PS de hipocrisia política, ao propor a abolição das portagens nas autoestradas ex-SCUT, e de irresponsabilidade orçamental, ao apresentar medidas sem quantificar os respetivos custos.
No encerramento do debate sobre o Programa do Governo, na Assembleia da República, esta sexta-feira, o Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, lamenta que o secretário-geral do PS anuncie “a abolição das portagens nas ex-SCUT, com antigos membros do Governo na sua bancada a aplaudir, quando meses antes não foram capazes de decidir”; isso “é uma hipocrisia, é uma mentira, é uma falsidade, não é assim que se deve governar o país”.
Hugo Soares criticou as ex-ministras e atuais deputadas socialistas, referindo-se a Ana Abrunhosa e a Mariana Vieira da Silva. “Onde estavam as senhoras deputadas há seis meses ou há um ano? Já percebi que hoje estão incomodados [na bancada do PS]. O que mina a confiança dos portugueses nas instituições é aquilo que acabou de acontecer. Quem teve a caneta na mão para decidir e não decidiu, levanta-se agora para aplaudir quem anuncia, porque está agora na oposição”, sublinhou.
Na sua intervenção, Hugo Soares considerou que o debate do Programa do Governo revelou uma “estranha dicotomia” política, com Executivo ocupado com a vida das pessoas e “outros” com foco apenas nas maiorias parlamentares.
“Um país real e uma parte do país político com outro foco. Enquanto uns se ocupavam de baixar impostos aos portugueses, sobretudo à classe média, outros preocupavam-se com maiorias parlamentares. Enquanto uns se ocupavam de isentar de IMT (Imposto Municipal sobre as Transmissões de Imóveis) e imposto de selo a compra da primeira casa pelos jovens portugueses, outros preocupavam-se com maiorias parlamentares”, disse.
O líder parlamentar do PSD defendeu que “é no diálogo com todos, conhecendo bem as diferenças, algumas profundas e até insanáveis, que se deve procurar as pontes para a estabilidade política, mas, sobretudo, essencialmente, para a resolução dos problemas das pessoas”.
O Presidente do Grupo Parlamentar do PSD abriu o seu discurso fazendo um diagnóstico crítico sobre a atual situação do país.
“Portugal não está bem. Nos últimos anos, o prestígio das instituições foi fortemente afetado, o estado social degradou-se e não conseguiu responder em áreas fundamentais como a saúde, a educação e o acesso à habitação. Famílias e empresa estiveram asfixiadas em impostos, e o que estado tirou em impostos máximos, devolveu em serviços mínimos”, sustentou.
Numa alusão indireta ao PS, advertiu que “quem quiser negar esta evidência não pode, não mereceu e não merece ser credor da confiança dos cidadãos”. “Porque negar o estado em o país está, negar as dificuldades e os constrangimentos das famílias e das empresas, é negar o Portugal real”, acrescentou.