Rui Rio questiona “eficácia de algumas medidas” em vigor no estado de emergência

10 de novembro de 2020
PSD

O Presidente do PSD duvida da eficácia de algumas medidas destinadas a combater a pandemia da covid-19, como o recolher obrigatório durante o fim de semana, que poderá ter o “efeito contrário” ao que se pretende. “Não quero fazer uma oposição declarada a algo que é muito difícil, mas tenho alguma dificuldade em entender a eficácia”, afirmou.
Após uma reunião com a Confederação Empresarial de Portugal-CIP, através de videoconferência, Rui Rio alertou para as consequências de algumas medidas, em particular, as que restringem a circulação e impõem o recolher obrigatório nos 121 concelhos.
“O facto de não se poder estar nas ruas entre as 23h00 e as 05h00 claro que trava a passagem da pandemia, mas é entre as 23h00 e as 05h00 que na rua se passa a pandemia? Não será tanto assim”, referiu.
Rui Rio insistiu sobretudo sobre a eficácia do recolher obrigatório entre as 13h00 e 05h00 aos fins de semana, já que esta solução, em particular aos sábados, poderá ter “o efeito contrário aquilo que se pretende”. “Ao sábado, tenho receio que isso possa ser até um pouco pior porque pode concentrar no sábado de manhã as compras semanais que as famílias normalmente fazem”, apontou.
Rui Rio atentou que vai “manter o sentido de Estado”, o que não implica ter uma postura crítica em relação a certas medidas, “tais como estão desenhadas”.
A propósito deste encontro com a CIP e de outra reunião que teve com o setor da restauração, Rui Rio considerou que as medidas de combate à pandemia têm de encontrar “uma situação de equilíbrio”. “Por um lado, queremos que os restaurantes abram para poder vender, faturar, para as pessoas terem emprego e, por outro lado, queremos que os restaurantes fechem para as pessoas não se encontrarem e não passarem o vírus uns aos outros. Isto é uma equação praticamente sem solução agradável”, sublinhou.
Rui Rio revelou que em breve terá uma reunião para rever as propostas que o PSD vai apresentar de apoio às empresas para o Orçamento de Estado de 2021 e que as mesmas “estão dentro daquilo que é a linha que a CIP defende e o setor da restauração”.
Portugal encontra-se em estado de emergência até 23 de novembro de 2020, para combater a pandemia de covid-19.