Governo não dá respostas aos problemas estruturais e culpa toda a gente

1 de agosto de 2022
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Luís Montenegro considera que ficaria bem ao Governo reconhecer o que está mal com o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), isto depois de os bombeiros e da Associação de Proteção Civil terem denunciado falhas graves no sistema de comunicações do Estado durante o combate aos incêndios nas últimas semanas.   

“Aquilo que eu gostaria era que o Governo assumisse a sua responsabilidade e não endossasse às pessoas. Parece que é sempre culpa de toda a gente, menos do Governo. Há um problema no SIRESP, as pessoas que estão no terreno, os bombeiros, os operacionais, são elucidativos e inequívocos a apontar esses problemas e vem o Governo e diz que as pessoas é que não sabem utilizar os meios de comunicação”, afirmou o líder do PSD, que participava nas festas do Bodo em Pombal, esta segunda-feira.

Outro sintoma da incapacidade do Executivo é a “degradação do Serviço Nacional de Saúde”, quando se exigiria, no entender de Luís Montenegro, “dar uma palavra de tranquilidade e de segurança às pessoas”, mas não aquela que ouviu “por parte dos membros do Governo relativamente ao encerramento de urgências, nomeadamente na obstetrícia e na ginecologia”.

O recrutamento de pessoal médico e administrativo, o agravamento das listas de espera para consulta, cirurgia e urgência expõem “um desinvestimento global, mesmo que o Governo venha dizer que está a gastar mais dinheiro”, ou então, “se está a gastar mais dinheiro é porque está a gastar mal ou não está, pelo menos, a saber gerir o sistema”.

Acusando o Governo de só pensar na ideologia de esquerda e na máquina do Estado, Luís Montenegro contrapõe a necessidade de pensar nos cidadãos em primeiro lugar, “naqueles que não têm meios para ir à procura da resposta que não encontram nos serviços públicos”. “Isso faz-se com uma complementaridade entre os regimes público, social e privado”, defendeu, adiantando que o Executivo “não tem capacidade para responder à exigência que o momento trouxe do ponto de vista da ineficácia dos serviços públicos como um todo”.

Para o Presidente do PSD, há ainda o “episódio absolutamente insólito” da criação de esquadras móveis, que “estavam avariadas”, assim como a falta de rumo na educação, “quando, no final do ano letivo, vários milhares de alunos não tinham um professor, pelo menos”.

Luís Montenegro apelou ainda ao Governo para que avance com “um programa para acudir as famílias” que atravessam grandes dificuldades, e assim, possam responder à escalada dos preços na alimentação, nos combustíveis e na eletricidade.