Governo engana os portugueses com “a ladainha habitual do Orçamento do Estado”

15 de outubro de 2022
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Luís Montenegro acusa o Governo de enganar os portugueses com “a ladainha habitual da semana de apresentação do Orçamento do Estado”, é um Executivo de “muita conversa fiada”. Para o Presidente do PSD, a prática mostra, contudo, “poucos resultados, pouco impacto na vida das pessoas”, já que “as intenções e as expetativas criadas” pelos socialistas “não são materializadas” mais tarde na vida dos cidadãos, empresas, instituições e autarquias locais. 

Na sessão de encerramento da conferência “A Transferência de Competências e os Fundos Comunitários”, promovida pelo Instituto Sá Carneiro, este sábado, em Leiria, o líder do PSD começou por denunciar o embuste das propostas orçamentais dos governos socialistas. “Estamos numa semana de grande folclore político, na semana da ladainha habitual da apresentação dos orçamentos do Partido Socialista. Sempre que há apresentação dos orçamentos do Partido Socialista, e já os vemos há sete anos, há dinheiro para tudo, há reforço de investimento, há mexidas nos impostos, vai tudo recorrer bem, e depois territórios estão abandonados”, disse.

Luís Montenegro sublinha que “se formos comparar tudo aquilo que os membros do Governo, a começar pelo Primeiro-Ministro e a continuar pelo ministro das Finanças, dizem na semana em que apresentam o Orçamento ao país com aquilo que realizam de janeiro a dezembro do ano seguinte, nem metade chega à vida das pessoas, à realidade das instituições e das autarquias locais”.

O Presidente do PSD diz que a marca da governação é visível nos incêndios florestais, com a secretária de Estado da Proteção Civil, que se deu por satisfeita, declarando que a situação “não era assim tão má”, porque só ardera “70% da área que era admissível arder”, ou quando a ministra da Presidência veio “dizer que podíamos estar descansados que a serra da Estrela, agora que ardeu, iria ficar muito melhor para o futuro”. 

Na saúde, os resultados são igualmente “péssimos”, com o “encerramento de urgências” em Leiria e por todo o país, com o fecho de maternidades e blocos de parto e de outros serviços de saúde. “Temos mais de 4 milhões de pessoas que têm seguros de saúde ou estão na ADSE”, precisou.

Na economia, Portugal ocupa hoje o 21.º lugar na União Europeia em termos de rendimento, com cada vez mais portugueses a ganharem o salário mínimo nacional, com o “investimento público” em níveis baixos.

No ensino, está instalada a confusão por causa da falta de professores para 60 mil alunos, mesmo que o ministro procure sacudir responsabilidades. “O que é que o ministro [da Educação] foi dizer de novo ao Parlamento? Foi dizer que a culpa da falta de professores era do PSD. (…) O ministro da Educação, na esteira da secretária de Estado da Proteção Civil, porque estas coisas fazem escola, veio dizer que ainda bem que foram só a 60 mil [alunos a quem faltou um professor], porque era previsível que fossem 100 mil”, referiu Luís Montenegro.

“É por isso que estamos mais pobres”, considerou o Presidente do PSD, salientando que as desigualdades se estão a agravar, “porque quem tem dinheiro tem sempre resposta”. 

Sobre a crise inflacionária e a escalada de preços dos bens, Luís Montenegro condenou a resposta tardia do Governo em reconhecer que era preciso apresentar “um programa de ajuda para quem tem mais dificuldades e mesmo para a classe média”.

A propósito da TAP, Luís Montenegro entende que as decisões políticas e operações financeiras do Governo têm de ser denunciadas publicamente, explicadas às pessoas e apuradas ao pormenor. “Nos últimos sete anos, fomos governados por este Primeiro-Ministro. (…) Foi o que aconteceu com as escolhas da TAP. (…) Vamos querer apurar isto até às últimas consequências, tudo aquilo que foram as decisões dos últimos anos na TAP, para saber por que é que os contribuintes tiveram de injetar tanto dinheiro como aquele que estamos agora injetar. (…) Quando se fez essa operação, foi 50% para cada lado, mas o risco foi todo o Estado. Foi uma benesse concedida aos investidores privados que tinham assumido o risco de ter a maioria do capital, e foi uma benesse escolhida voluntariamente”, explicou.