Estou aqui para governar, não para fazer ataques pessoais

1 de maio de 2025
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No frente-a-frente televisivo entre Luís Montenegro e Pedro Nuno Santos, o líder da AD começou por revelar que o Governo agiu “com força e eficácia” ao apagão energético de 28 de abril. “Segunda-feira, vivemos um acontecimento inédito e inesperado, com o qual nos fomos confrontando com coisas nunca vividas”, afirmou, lembrando que, durante 12 horas, desde a desde as 11h33 de segunda-feira, o Executivo coordenou, antes de mais, as operações na dimensão técnica para cortar a ligação com Espanha, que esteve na origem do corte de fornecimento de eletricidade, e na retoma do abastecimento de eletricidade aos portugueses.
De facto, o Governo “comandou” com as respostas adequadas junto de 47 entidades nacionais, sempre com a preocupação em manter as infraestruturas críticas a funcionar. “Tratámos da comunicação, da parte técnica e dos serviços essenciais. Respondemos com força e eficácia. E tivemos a colaboração inexcedível dos portugueses e das portuguesas”, apontou, acusando Pedro Nuno Santos de não ter “autoridade moral e serenidade” sobre momentos de crise ou de gestão corrente, como aconteceu com o dossiê do novo aeroporto de Lisboa, quando o líder do PS era ministro das Infraestruturas.
A propósito do programa eleitoral, o Presidente do PSD defendeu que o programa da AD se centra no investimento público e no alívio fiscal às empresas, para gerar crescimento e modernizar o Estado, ao mesmo tempo acusou Pedro Nuno Santos de confundir previsões com políticas concretas. “O nosso programa decorre do efeito que as nossas políticas vão provocando. As políticas de transformação do Estado e das políticas fiscais. A nossa grande pedra de toque é o investimento públicos, estamos a fazer a reforma da Saúde, da Habitação, da Mobilidade a pensar no crescimento económico. E depois o crescimento privado: estamos a diminuir os encargos sobre as empresas”, argumentou.
Na Saúde, o Primeiro-Ministro reconheceu que o SNS “tem vários problemas que vão demorar tempo a ser superados”, insistiu na valorização remuneratória dos profissionais e na aposta em PPP para aumentar a prestação de cuidados aos utentes. “Temos em transformação o SNS, que está a diminuir os prazos. Com certeza que há muitos constrangimentos, não estou a dizer que o país não ultrapassou num ano um problema com duas décadas”, assinalou, acrescentando que se registou uma redução de 89% no encerramento de urgências e o impacto positivo da linha SOS Grávida. 
Em relação às insinuações pessoais contra o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro criticou o aproveitamento político “deplorável” do líder do PS, com base em suspeitas “infundadas”. “Tudo aquilo que foi agora aqui descrito por Pedro Nuno dos Santos corresponde a uma exploração de insinuações gratuitas que é lamentável e deplorável que um líder político se preste a fazer apenas com o intuito de tirar daí algum dividendo político. (…) Nunca forçarei nenhum adversário a expor a sua família, a sua mulher, os seus filhos ou o seu pai ou a sua mãe ou a sua irmã a uma comissão parlamentar de inquérito para tirar daí proveito político", apontou.
No domínio das pensões, Luís Montenegro destacou o cumprimento da lei e o reforço das pensões mais baixas, bem como a transferência de 4 mil milhões de euros para o fundo de estabilização. “A palavra-chave é tranquilidade e valorização”, especificou. 
Sobre habitação, o líder da AD - Coligação PSD/CDS frisou que o país ainda está a pagar o desinvestimento no setor, considerando que Pedro Nuno Santos fez parte de governos que não deixaram verbas para construir 26 mil casas, além de ter deixado atrasos no Porta 65 com a liberalização das regras. “Os jovens são uma prioridade máxima”, insistiu Luís Montenegro. 
No plano da governabilidade, Luís Montenegro sublinhou que “o Governo não caiu por falta de estabilidade, caiu por tática política” do PS, que se aliou ao Chega em decisões importantes. “O PS não hesitou em aumentar a despesa em mais de mil milhões de euros por acordo com o Chega. (…) Garanto que vou continuar firme e focado no problema das pessoas”, reiterou.
Neste debate televisivo, que teve a duração de 1h20 minutos e transmitido em simultâneo pela RTP, SIC e TVI a partir das instalações da Nova School of Business and Economics, Luís Montenegro fez, no minuto final, um balanço dos 11 meses de governação, apresentando os resultados que os portugueses saberão reconhecer no dia 18 de maio. “Não estou aqui para ataques pessoais ou maledicência. Estou aqui para governar”, disse.