Margarida Balseiro Lopes: A liberdade é “de todos”

26 de abril de 2018
PSD

 

Na intervenção que proferiu na sessão solene do 25 de Abril na Assembleia da República, na quarta-feira, Margarida Balseiro Lopes, deputada do PSD, recordou que a liberdade é uma conquista “de todos”. O PSD escolheu a recém-eleita líder da JSD, de 28 anos, para discursar no dia em que Portugal celebrava 44 anos do triunfo da democracia. As palavras de Margarida Balseiro Lopes mereceram aplausos de todos os grupos parlamentares: “Porque a liberdade funda-se num dia, mas não se constrói numa noite, recupera-se numa data, mas conquista-se todos os dias”. A deputada elege o combate à corrupção e a transparência no sistema político como prioridades.

“44 anos depois, importa perguntar: O que conseguimos? O que está por fazer?”, começou por interrogar a deputada. Os avanços são assinaláveis. Em quatro décadas, “21 governos foram cumprindo os desígnios constitucionais de garantir um Estado Social com Saúde, Educação e igualdade de oportunidades para todas as pessoas”, recordou a deputada.

Margarida Balseiro Lopes lamenta, no entanto, que a política portuguesa esteja cada vez mais fragmentada, com divisões entre “o povo e, eles, os políticos”. “A atividade parlamentar não é um campeonato, onde os nossos ganham ou perdem, e as vitórias de uns são as derrotas de outros. A atividade parlamentar tem de exigir que as pessoas ganhem, que o país ganhe: porque demasiadas vezes, para que os partidos ganhem, são as pessoas que perdem”, afirmou.

Margarida Balseiro Lopes alerta que há assuntos em que os políticos não ouvem suficientemente o que o povo reclama, entre os quais “o combate à corrupção e a defesa do Estado e do erário público da captura por interesses particulares”.

Frisando que “o exemplo vem de cima”, a deputada defende que “a opacidade só serve os prevaricadores, os menos sérios, os corruptos” e promove a generalização de que os políticos “são todos iguais”. “Mas não, não são todos iguais. Não somos todos iguais”, ressalvou.

Por essa razão, qualquer cidadão deve ter o direito a saber “quem, quando, como e porquê os poderes públicos decidem o que decidem, quanto nos custa hoje e quanto nos custará amanhã”.

Margarida Balseiro Lopes defende que a liberdade conquistada no 25 de Abril deve ser reconquistada todos os dias e “é de todos”, dirigindo depois uma palavra aos cinco líderes dos partidos com assento parlamentar.

É do Sr. Deputado Jerónimo de Sousa, que eu aqui cumprimento, que pôde ver o seu partido sair da clandestinidade e entrar num Parlamento eleito pelo povo”, apontou.

A liberdade, apontou a deputada, é também de Catarina Martins, coordenadora do BE, que cumprimentou e salientou que, graças ao 25 de Abril, “nunca teve de encenar uma peça censurada a lápis azul”.

“É do Sr. Deputado Carlos César e do Partido Socialista, que eu aqui também cumprimento, e que nesse dia puderam ver os seus fundadores regressar a casa”, disse, dirigindo-se ao presidente do PS.

Margarida Balseiro Lopes estendeu também o cumprimento à deputada e líder do CDS-PP Assunção Cristas, “que pôde ser mãe de família e ter uma vida profissional de sucesso, também por causa desse dia”.

“E é do meu partido – o Partido Social Democrata – que, fundado no dealbar da democracia, nunca mais largou o sonho de Reformar Portugal. Para melhor, para amanhã, para futuro. É do Dr. Rui Rio, que aqui cumprimento, e que pôde ser dirigente estudantil em liberdade. Também por causa desse dia”, saudou, num discurso que foi aplaudido de pé pelo PSD, e em algumas passagens por deputados do PS e do CDS-PP, mas com vários apartes das bancadas mais à esquerda.

A deputada realçou que o atual regime democrático é fundado “nas revoluções de Abril de 74 e de Novembro de 1975” e fez questão de cumprimentar no seu discurso “todos aqueles que lutaram e resistiram a um regime ditatorial”. “Agradecemos, especialmente, aos que quebraram o ciclo da guerra colonial, dando esperança à criança que dizia: “quando for grande, não vou combater!”, disse.

Entre os desafios futuros, apontou áreas como a educação, saúde, segurança social o combate à precariedade no emprego ou uma cultura “livre e não programada politicamente”.

No fim da intervenção, a deputada citou Miguel Torga: “Livre não sou,/ que nem a própria vida/ Mo consente. Mas a minha aguerrida Teimosia/ É quebrar dia a dia/ Um grilhão da corrente. Livre não sou,/ mas quero a liberdade./ Trago-a dentro de mim como um destino”.

 

 

 

Sessão Solene Comemorativa do 25 de abril