ESTADO DA NAÇÃO: Agricultura

11 de julho de 2017
PSD

Por Nuno Serra


“Lamentavelmente o setor agrícola esteve, mais um ano, refém das cativações a que este Governo o tem sujeitado. A este estrangulamento financeiro aliaram-se os preconceitos ideológicos e negociações políticas à esquerda, sem ter em conta as necessidades do setor e que revelam um profundo desprezo deste Governo pelo mundo rural.

Um contínuo desinvestimento na agricultura, refletido na contrapartida nacional do investimento público ao nível do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) que passou dos 40 milhões de euros mensais, entre 2011 e 2014, para cerca de metade em 2016 e 2017. Este facto veio retirar ao setor capacidade de enfrentar os novos desafios e de ser mais competitivo. 

Por outro lado a falta de execução dos fundos comunitário, os atrasos nos pagamentos e a alteração das regras de valorização das candidaturas ao PDR, levando ao chumbo de importantes projetos de investimento no setor, criaram uma instabilidade e desconfiança dos empresários agrícolas para com as entidades públicas, que em nada abona a dinâmica do setor. 

Para culminar este destrato político para com o setor agro-florestal, o Governo apresenta a proposta para uma reforma da floresta, com interesses antagónicos aos do setor, sem incluir os proprietários e produtores florestais, não tendo em conta a realidade do País e só com um objetivo, saldar o acordo com os verdes para proibir o eucalipto.

Tristemente, este Governo, incluído na reforma da floresta, propõe a transferência de plantações de eucaliptos do interior para o litoral, criando assim novas formas de abandono das terras e de maior desertificação das regiões de baixa densidade, podendo constituir um dos maiores incentivos ao aumento das assimetrias entre interior e litoral, jamais visto em Portugal. Um verdadeiro contrassenso à multifuncionalidade da agricultura, onde a coesão territorial deveria ser sempre uma prioridade.”