Greve geral tem motivações políticas, não faz sentido

5 de dezembro de 2025
Grupo Parlamentar grevegeral

Luís Montenegro questionou as motivações políticas e o sentido de oportunidade da convocação da greve geral, de dia 11 de dezembro, “numa altura em que o país vive uma circunstância onde o rendimento médio dos seus trabalhadores no ano de 2024 subiu 6,7% e foi o maior aumento da OCDE, que se obteve pela via do aumento dos salários e da diminuição de impostos e em que a carga fiscal está a diminuir sobre os rendimentos do trabalho”.
“Uma greve geral porquê? Eu sou trabalhador português e estou em casa e penso: eu vou fazer greve porquê? Eu vou fazer greve porque estou a ganhar menos? Não, eu estou a ganhar mais. Eu vou fazer greve porque estou a pagar mais impostos sobre o meu trabalho? Não, eu estou a pagar menos impostos. Eu vou fazer greve porque o meu emprego está em perigo? Não, na grandíssima maioria dos casos o meu emprego não está em perigo”, afirmou, reiterando, contudo, que “o Governo tem um respeito integral pelo direito à greve” e “pelo legítimo exercício desse direito”. 
Para o Primeiro-Ministro, “esta greve não faz sentido” e garante que qualquer trabalhador sindicalizado vai concluir que olhe para a proposta laboral do Governo “não vem aí nenhuma revolução nem perda de direitos”.
Luís Montenegro precisou que “a greve é política”, motivando os que “nunca, nunca chegarão a acordo”, e acredita que “há todas as condições para se conseguir atingir um acordo que possa consagrar aspetos positivos para todas as partes envolvidas”. “Como disse, e bem, a greve é política e motiva aqueles que nunca querem chegar a acordo e mobiliza os outros que caíram na armadilha da UGT”, acrescentou. 
O Primeiro-Ministro revelou ainda que o Governo não se conforma “com um país a crescer 2%”. “Nós queremos 3%, 3,5% ou 4% de crescimento económico”, assinalou.
A propósito do novo “instrumento de retorno” na política de imigração, o Primeiro-Ministro assegurou que Portugal passa a dispor de “uma imigração regulada e humanista”, quando no passado tínhamos “uma legislação permissiva, cujas regras acabam por favorecer o abuso e fazer com que quem incumpre tenha o benefício do incumprimento”.


Hugo Soares: “Nos oito anos de PS, com impostos no máximo e carreiras todas por valorizar, greves gerais, zero”

No debate quinzenal, Hugo Soares, Presidente do Grupo Parlamentar do PSD, sublinhou que o “espaço público tem sido inundado” sobre o tema da greve geral. “Durante dois anos, os impostos diminuíram quatro vezes os impostos de quem trabalha, face aos primeiros dois anos do governo socialista, as empresas estão a pagar melhores salários porque também os impostos diminuíram”, lembrou.
Hugo Soares enumerou as carreiras de magistrados, professores, enfermeiros ou forças armadas para dizer que “21 carreiras foram valorizadas” em dois anos. “Nos oito anos de PS com impostos no máximo e carreiras todas por valorizar, greves gerais, zero. Não houve uma convocação”, referiu.
De acordo com o líder parlamentar, a greve geral tem um “timing”, frisando que os socialistas usam o pacote de alteração à lei laboral para incentivar a paralisação. “Não há greves sem intenções políticas”, apontou.
Hugo Soares aproveitou para citar as palavras do deputado socialista Hugo Oliveira, que terá dito que não se percebe tal iniciativa quando "a economia cresce como nunca e o emprego está em máximos históricos". Para o líder parlamentar social-democrata, “as reformas não se devem fazer em momentos de crise”.