Rui Rio: Sócios-gerentes continuam a ser discriminados por “tabu ideológico”

5 de março de 2021
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Rui Rio critica a opção do Governo, motivada por razões “ideológicas”, de equiparar os sócios-gerentes a profissionais independentes, em vez de os equiparar a trabalhadores com vínculos permanentes. 

O Presidente do PSD recorda que os sócios-gerentes recebem 60% do seu salário em ajudas do Estado, em vez dos 100% que os trabalhadores recebem com a nova versão do “lay-off” simplificado em 2021. “Continuo sem entender o que é que o Governo do PS tem contra trabalhadores que vivem do seu salário e que juntaram algum dinheiro para montar um negócio que os próprios gerem. São pessoas que trabalham como as outras. É um tabu ideológico absolutamente bacoco. Estamos a falar de trabalhadores como os outros, arriscaram parte das suas poupanças e ainda levam pancada por cima”, disse.

O Presidente do PSD, que recebeu, esta sexta-feira, no Porto, representantes do Movimento a Pão e Água, que agrega empresários da restauração, comércio, hotelaria e eventos, contesta a propaganda permanente que o Governo faz, quando promete inúmeros apoios, mas na prática não concretiza nada. “Deve haver menos anúncios e mais trabalho e apoios. A sociedade é capaz de estar a pensar que os empresários da restauração estão bem. Tantos milhões anunciados e devem estar a receber muito dinheiro. Nada disso! Uma coisa é o que o Governo anuncia, outra coisa é o que faz. O Governo sabe que, durante algum tempo, consegue enganar os portugueses com estes anúncios e iludir as coisas. Não sei se vai conseguir muito tempo. É uma situação absolutamente dramática”, salientou.

Desconfinamento em “ritmos diferentes consoante a região”
Rui Rio volta a apelar ao desconfinamento a ritmos diferentes, por regiões, quando a evolução epidemiológica não for homogénea, como forma de não prejudicar as populações menos “massacradas” pela pandemia. Discorda, contudo, de um confinamento ao nível concelhio por considerar que em causa está uma malha “muito apertada” e pequena. 

“Eu entendo que deve haver um plano de confinamento e de desconfinamento, neste caso, nacional, mas se o território todo não for homogéneo nós poderemos ter desconfinamentos a ritmos diferentes, consoante a região. Regiões mais alargadas parece-me avisado, porque não me parece que tenhamos de prejudicar regiões e pessoas dessas regiões desnecessariamente. (...) Portanto, parece-me que não será de pôr de fora a possibilidade de o desconfinamento não ser rigorosamente da mesma forma pelo país todo. Poderá ser, mas parece-me que pode fazer-se de uma forma um bocadinho diferente para aquelas populações que não estão tão massacradas pela pandemia”, referiu.

Rui Rio considera que este é o tempo de desenhar o plano de desconfinamento, mas não de baixar “a guarda”, o que só pode ser feito depois serem indicadas pelos técnicos as linhas vermelhas.

Na quinta-feira, o Conselho Nacional de Saúde (CNS) recomendou que o desconfinamento no âmbito da pandemia de covid-19 seja gradual e acompanhado de orientações claras e da garantia do controlo da transmissão da infeção pelo SARS-Cov-2.

“TAP vai continuar a massacrar” os contribuintes
O líder do PSD está também “preocupado” com a situação financeira TAP, e antevê que o plano de reestruturação, que diz “desconhecer”, possa não assegurar a sustentabilidade da empresa e servir apenas para queimar dinheiro dos contribuintes. “Parece que este plano não vai resolver problema nenhum e a TAP vai continuar a massacrar anos e anos os portugueses com impostos, e impostos para pagar muita ineficiência e salários que estão muito acima do salário normal para funções de responsabilidade análoga ou equivalente”, apontou.