Rui Rio: “PSD é o único partido com força” para tirar os socialistas do poder

27 de janeiro de 2022
PSD legislativas2022 votoutil Leiria

Rui Rio considera que só o voto útil pode tirar o PS do poder. “Daqui até domingo, as pessoas que ainda não decidiram, ou então que já decidiram e não tinham reparado neste ponto, têm de voltar a refletir um bocadinho para saber o que é que colocam em primeiro lugar: tirar o PS ou eleger mais um deputado de um partido pequeno que não tenha deputado nenhum ou que eventualmente possa ter um e queira ter um ou dois ou três”, declarou Rui Rio.

O Presidente do PSD falava nas Conversas Centrais, em Leiria, esta quarta-feira, depois de ouvir o ex-deputado António Leitão Amaro e Paulo Mota Pinto, cabeça de lista do PSD neste círculo eleitoral, fazerem apelos idênticos.

Paulo Mota Pinto sublinhou que “quem pensa que pode não votar em Rui Rio e tirar António Costa está muito enganado”, porque essa opção pode resultar num “voto em António Costa”.

“O único voto que remove o PS, que remove António Costa é o voto em Rui Rio”, defendeu Paulo Mota Pinto, que preside à Mesa do Congresso.

Antes, António Leitão Amaro destacou que “não há oportunidade de desperdiçar votos” nas eleições legislativas de domingo. “Arriscam-se, votando num dos pequeninos, a votarem numa maioria derrotada”, alertou o antigo secretário de Estado da Administração Local, argumentando que o voto útil se justifica ainda mais em círculos eleitorais como o seu, o de Viseu, em que “cada voto é mais um deputado do PS ou mais um deputado do PSD”.

No final desta sessão das Conversas Centrais, dedicadas ao “regime”, o Presidente do PSD juntou-se a estes apelos. Segundo Rui Rio, “para aqueles para quem a prioridade é que o doutor António Costa e o PS não continuem a chefiar o Governo do país só há um voto verdadeiramente útil para esse efeito concreto, que é no único partido que tem força para que isso possa acontecer, que é o PSD”.

“No momento de votar as pessoas têm de optar e têm de ver o que é que colocam em primeiro lugar: eleger eventualmente mais um deputado de um pequeno partido, mas manter o doutor António Costa, ou abdicar disso e dizer: a minha prioridade é tirar os socialistas – e agora, à medida que a campanha avança, com os socialistas outra vez mais ligados ao BE e ao PCP”, reforçou.

Henrique Neto, antigo deputado do PS e ex-candidato presidencial e que nestas eleições é mandatário distrital do PSD em Leiria, classificou a não recondução de Joana Marques Vidal na Procuradoria-Geral da República como “uma página negra da democracia portuguesa”. 
 

Rui Rio: “Votar no Chega é beneficiar o PS”
O Presidente do PSD diz que o secretário-geral do PS é “um dos interessados em que o Chega tenha uma grande votação”. 

Por outro lado, relativamente a um eventual crescimento do Chega que se torne decisivo para viabilizar os instrumentos principais da governação de um executivo do PSD, Rui Rio colocou a questão noutro ângulo: “Quando o PS diz que eu preciso dos votos do Chega para votar, por exemplo, um Orçamento, então também o PS precisa dos votos do Chega para derrotar um Orçamento meu”. 

Rui Rio declarou que votar no Chega é “beneficiar o PS”. “Quantos mais votos forem para o Chega, mais facilmente o doutor António Costa fica como primeiro-ministro. Portanto, não faz sentido ele estar a dizer que é o grande adversário, isso não é linear, tem até o seu toque de hipocrisia”, expressou.

Em Leiria, Rui Rio comparou ainda a campanha do PS para as legislativas à da Frente Republicana e Socialista (FRS) que levou “uma banhada” da Aliança Democrática (AD) liderada por Francisco Sá Carneiro em 1980. “Eu lembro-me das eleições de 1980, eu ainda era jovem, e o PS, que liderava uma coligação que era a FRS, seguiu justamente esse caminho: difamação atrás de difamação atrás de difamação, na altura do PSD e da AD lideradas pelo doutor Sá Carneiro. Bom, levaram uma banhada”, referiu.