Rui Rio defende “rigor na educação” para contrariar lógica do “facilitismo”

20 de janeiro de 2022
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Em Viseu, esta quarta-feira, na iniciativa “Conversas Centrais”, dedicada à Educação e Demografia, Rui Rio explicou que a diferença entre o êxito e o fracasso está em “larga medida” no rigor, em contraponto com o facilitismo na governação do país e, em particular, na educação. “Temos que ter um ensino humanizado, de ajudar os estudantes, mas o ajudar nunca é facilitar, porque facilitar é dar cabo do futuro deles e isso é uma linha transversal a toda a governação e, em particular, da educação é relevante porque é o futuro desses e o futuro do país de certa forma”, afirmou. 

Rui Rio fez questão de apontar uma linha que será transversal à governação PSD “e que é o contraponto entre o rigor e o facilitismo”. “A tendência do PS é sempre uma tendência de facilitismo em tudo, transversalmente na governação. A troika quando aqui veio, por responsabilidade do PS mais não é do que filha, aquela política é filha do somatório de facilitismos para trás, porque se tivéssemos tido rigor para trás não tínhamos atingido os níveis de endividamento que atingimos e nunca na vida Portugal teria tido a troika”, frisou.

Reforçou que “a diferença entre o êxito e o fracasso está em larga medida no rigor versus facilitismo em tudo” e “então na educação é absolutamente vital”. “Devo dizer que eu tenho um sentimento rigorosamente contrário àquilo que o PS tem quando os professores me dizem que os conselhos diretivos das escolas os pressionam para passar toda a gente, saiba ou não saiba”, referiu. 

E exemplificou que, de cada vez “que alguém passa um miúdo ou uma miúda sem saber, o PS tem tendência a pensar que tiveram pena do miúdo, coitadito, deixa-o lá ir”, no entanto, Rui Rio frisou que pensa “exatamente ao contrário”. “Não é justo dar cabo do futuro daquela criança, não é justo, temos que ter a coragem de dizer e explicar à criança ou ao jovem que não pode continuar porque ainda não sabe, explicar-lhe que isso não é uma desgraça, não é ralhar-lhe, é chamar a pessoa à responsabilidade e explicar com humanismo”, salientou.

E continuou: “tenho que ter respeito por aquele jovem que tenho à minha frente, porque se vou deixando passar sem saber eu estou a dar cabo do futuro da pessoa, não tenho esse direito, em nome de um facilitismo no presente que pode ser muito simpático, mas contribui para a desgraça e não contribui para o êxito da pessoa”.

Na sua intervenção, Rui Rio disse ainda que é preciso “tratar desde já” da demografia. “A demografia tem uma relevância zero naquilo que são as eleições legislativas, tem uma relevância absolutamente decisiva naquilo que é o nosso futuro coletivo”, frisou. E exemplificou com dados de 1962, ano em que nasceram 220 mil crianças e morreram 96 mil pessoas, com uma diferença entre os nascimentos e as pessoas que morreram de 123 mil. Já em 2019, nasceram 86 mil e faleceram 111 mil pessoas.

“Dou este exemplo para as pessoas terem noção da importância da demografia, da importância de nós termos uma política o mais depressa possível para reforçar a maternidade”, frisou.

E apontou as medidas propostas pelo PSD e que passam pela criação de uma “rede de creches e de jardins de infância que garanta, primeiro, que as pessoas possam de uma forma mais tranquila ter filhos”.

“Queremos que haja em qualidade, em quantidade e queremos que seja tendencialmente gratuitos. Não é tudo de borla, como é evidente, mas nós temos de fazer seleções, de definir prioridades”, frisou, lembrando que o período, dos seis meses aos seis anos, é “absolutamente vital para o desenvolvimento do ser humano”.

Rui Rio insistiu no alargamento e aumento do abono de família pré-natal, que será reforçado a partir do segundo e terceiro filhos, bem como no alargamento da licença parental de 20 para 26 semanas, a partir do segundo filho.