António Costa não pode ignorar dificuldades na educação

12 de fevereiro de 2023
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Luís Montenegro apela ao Governo para que encontre uma solução e ponha fim à contestação dos professores. “Lanço um apelo a todos, aos sindicatos, professores, pais e alunos, mas sobretudo ao Governo: o ministro da Educação e o Primeiro-Ministro de Portugal não podem fazer de conta que a escola não está a atravessar dificuldades. Nós temos de arranjar uma solução”, afirmou.

Na sessão de encerramento do XV Congresso Nacional dos TSD, em Lisboa, este domingo, o Presidente do PSD defendeu que é preciso garantir aos docentes a recuperação possível do tempo de serviço. “Valorizar a carreira dos professores, com regras de progressão e de recuperação do tempo possível, é um desígnio do PSD. Queremos que esse esforço, que o Governo tem a responsabilidade de conduzir, essa negociação, é do interesse de todos, deve ter frutos quanto antes. O prejuízo é dos professores e das famílias”, insistiu.

Luís Montenegro considera que a educação é uma das prioridades do PSD, a par da demografia. “O país tem de ter a educação no centro das suas prioridades, não de uma paixão que se transforma numa paixoneta. (…) Só assim podemos democratizar o acesso à educação. E democratizar o acesso à educação é desenvolver o país. Isto é a essência do PSD e dos TSD”, referiu.

O líder do PSD associa à educação a palavra-chave “valorização”, nomeadamente das aprendizagens e da exigência, com a realização de exames de aferição no 4.º e no 6.º ano e a avaliação no 9.º e 12.º ano. “Exigência e qualidade na escola significa igualdade de oportunidades, significa mais e melhor democracia. (…) Quando abro um jornal e leio que não há vagas no ensino privado em Portugal isto quer dizer que quem tem dinheiro vai em busca de uma oferta de qualidade, quem não tem dinheiro fica à mercê das insuficiências do serviço público”, sublinhou.

Para Luís Montenegro, “dignidade e respeito pela carreira dos professores” significa, “de uma vez por todas, mudar o sistema de colocação que provoca tantas injustiças, que faz com muitos profissionais, entre as despesas de transporte, despesas de alimentação, ganhem zero ou tenham um saldo negativo. Eu já disse num aniversário dos TSD: é imoral uma sociedade onde as pessoas que trabalham cheguem ao fim do mês e ganhem menos do que as pessoas que não trabalham”, declarou.

“Numa altura em que grande parte da nossa população chega ao fim do mês não tem dinheiro para pagar as despesas essenciais, em que as empresas chegam ao fim do mês e têm custos que não conseguem suportar”, o líder do PSD postula “uma sociedade justa e solidária” que não deixa ninguém para trás, mas “o pior que podemos fazer é desincentivar aqueles que podem, que trabalham, dão o seu esforço, e chegam ao fim do mês e têm menos rendimento do que aqueles que não fazem esse esforço”.

A outra prioridade é a demografia. Luís Montenegro reafirma que o Governo não pode continuar a ignorar o que está a acontecer. “Há cinco anos, faz agora precisamente em fevereiro, num congresso do PSD, eu disse: Portugal precisa de um Programa de Atração, Acolhimento e de Integração de Imigrantes, que possa regular a chamada que o país tem de fazer face à inevitabilidade de Portugal perder população”, assinalou.

O Presidente do PSD critica “a rota de pobreza, de desesperança, de baixos salários” que o país atravessa, pelo que no PSD e nos TSD o objetivo comum é “resolver os problemas estruturais, para termos uma sociedade mais próspera e mais justa”. 

Luís Montenegro lembra que “a social-democracia é a doutrina política que olha para o individuo, olha para a sua liberdade e dignidade e, através dos poderes públicos, faculta o que cada um quer ser”. “Este não é o tempo das habilidades, das artimanhas, dos arranjos políticos, dos sobreviventes que só querem chegar amanhã. Este é o tempo dos reformistas, daqueles que projetam, daqueles que são verdadeiramente solidários”, enalteceu. 

XV Congresso Nacional dos TSD