Russiagate: noutro país, Medina “não teria hipótese de ser recandidato”

24 de junho de 2021
Grupo Parlamentar Justiça camaradelisboa

Carlos Peixoto afirma que num país do norte da Europa, num país com uma cultura de rigor e uma verdadeira noção dos valores, Fernando Mediana “não teria a menor hipótese de ser recandidato à Câmara de Lisboa”. Na audição do Presidente da Câmara de Lisboa no Parlamento sobre envio de dados de manifestantes para a Rússia, o Vice-Presidente da bancada do PSD lamentou que por cá uma questão desta gravidade se resolva com o anúncio de uma auditoria, ainda por cima incompleta, e com “uma anedótica demissão de um funcionário a quem, dias antes, a Câmara renovou o contrato.”

Para o social-democrata, esta atuação de Fernando Medina “revela um enorme desnorte” e um comportamento “errático” de “uma das principais figuras do PS”, adiantando o deputado que dizer que “não sabia” é “politicamente infantil”.

Carlos Peixoto afirmou, de seguida, que o envio de dados de manifestantes a países como a Rússia, China, Irão, Nigéria, Angola, Arábia Saudita colocou “Portugal ao nível do terceiro mundo.” “São países que propugnam pela pena de morte e países que não têm nenhum prurido em sinalizar inimigos para os maltratar e que têm como marca de água traços antidemocráticos e de desrespeito pelos direitos humanos”, alertou o deputado.

A terminar, o deputado questionou a Fernando Medina quando teve conhecimento desta prática e pediu para que seja tornado público o despacho que António Costa fez em 2013 para que os dados só fossem enviados à PSP e ao Ministério da Administração Interna. “Porque é que neste tempo todo não cumpriu? Foi uma gestão demasiado despreocupada”, rematou o social-democrata.