Rui Rio: proposta da reforma das Forças Armadas pode ser melhorada na especialidade, mas “linha de fundo” tem duas décadas

17 de maio de 2021
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Rui Rio considera que seria uma “contradição muito grande” votar contra a reforma das Forças Armadas, e que é defendida pelo PSD há duas décadas, só porque agora é “apresentada pelo governo do PS”. “A verdade é que esta reforma que está em cima da mesa é uma matéria que está nos programas do PSD desde o tempo de Durão Barroso. (…) Seria uma contradição muito grande do PSD dizer assim: há tantos anos que defendemos uma reforma neste sentido e agora porque ela é apresentada pelo Partido Socialista contradizemo-nos a nós mesmos e vamos votar contra só porque é do Partido Socialista, só porque não é do nosso governo”, referiu.

No final de uma visita ao Museu do Holocausto, no Porto, esta segunda-feira, o Presidente do PSD sublinhou que a proposta “não tem de ser exatamente igual” como está neste momento, pelo que “poderá, na especialidade, naturalmente, sofrer alterações”, contudo, “aquilo que é a linha de fundo é algo que esteve nos programas de Durão barroso, de Santana Lopes até, nos programas de Passos Coelho e que nós procuramos sempre levar a cabo”. 

Para Rui Rio esta é, por isso, uma questão de coerência, sob pena de amanhã ser o PSD a tentar fazer uma reforma e o PS a votar contra porque foi apresentada pelos social-democratas. “Assim o país não anda para a frente”, destacou.

O líder do PSD reconhece que as discordâncias em relação à proposta devem ser levadas em consideração. “Nós temos de ponderar tudo aquilo que os chefes militares dizem, a começar deste logo pelo general Ramalho Eanes, por quem eu tenho imenso respeito”, especificou.

No dia 18 de março, o PSD, através do CEN, apresentou um documento com seis objetivos concretos de reforma das Forças Armadas, entre as quais a necessidade de maior investimento, a dignificação da carreira militar e a criação de um ministro de Estado coordenador ou vice-Primeiro-Ministro que estruture as interações da defesa militar, segurança interna e Proteção Civil. O PSD defende ainda uma maior “rentabilização” e junção de sinergias para tirar partido das capacidades internas da Defesa Nacional.