Rui Rio: é preciso “dar um murro na mesa” perante as “graves falhas” do Governo

28 de janeiro de 2021
PSD #covid19 #estadodeemergencia #pandemia #sns

Rui Rio assegura que o PSD continuará a assumir uma “posição de responsabilidade” e de “cooperação, no respeito pelo superior interesse nacional”, mas não deixará de denunciar frontalmente as “graves falhas que o Governo tem demonstrado” no combate à pandemia.

No debate sobre a renovação do estado de emergência na Assembleia da República, esta quinta-feira, o Presidente do PSD sublinhou que é esta a postura que o PSD vai continuar a ter, “como partido alternativo de poder ao atual Governo”, rejeitando “qualquer aproveitamento político desta difícil tarefa que incumbe ao Executivo”. “Nunca regateamos colaboração, sempre que ela nos foi pedida, e sempre fizemos ouvidos moucos aos que nos procuram empurrar para uma posição política de permanente ataque ao Governo em momento tão grave da nossa vida nacional. É esta a postura que vamos continuar a ter, mas perante as graves falhas que o Governo tem demonstrado, cumpre-nos, aqui – e neste momento próprio – dar um murro na mesa e referi-las com toda a frontalidade”, declarou.

O Presidente do PSD criticou “os avanços e recuos” nas medidas tomadas, dando como exemplo a desorganização na preparação do ano escolar e a teimosia em não aproveitar a capacidade de um hospital do setor cooperativo totalmente preparado para ajudar o SNS. “Insistir teimosamente em manter as escolas abertas, quando a esmagadora maioria dos especialistas já reclamava o seu encerramento, mostra falta de coragem para, em cada momento, fazer o que se impõe que seja feito. Não ter preparado as escolas para as aulas digitais, depois de, em junho, ter clamado com fanfarra que elas foram um êxito, evidencia excessiva obediência ao marketing e falta de respeito pelos nossos jovens. E proibir as escolas privadas de o fazerem, é próprio da inveja; é impor o arrastamento para o seu patamar de incapacidade, de todos aqueles que fizeram o que o Governo não foi capaz de realizar. Ter os doentes dramaticamente retidos em ambulâncias por falta de lugares nos hospitais e continuar a manter fechado um hospital totalmente pronto há quase dois anos, é levar a teimosia a um extremo inaceitável na situação caótica que o SNS está a viver. Procurar alijar as suas responsabilidades, repetindo, até ser verdade, a mentira de que o PSD defendeu a abertura dos restaurantes para lá das 13 horas, é, no mínimo, um ato de ingratidão perante quem até hoje se esforçou por cooperar e, até, por poupar nas críticas a quem já há muito as merece”, disse.

Rui Rio reafirma que o PSD vai manter o voto favorável em relação à declaração do estado de emergência, como fez em todas as anteriores declarações, continuará a “disponibilizar ao Governo todos os instrumentos de combate à pandemia de que ele necessitar” e a “renunciar aos ataques políticos fáceis e permanentes, que mais não visam do que procurar dividendos partidários à custa das dificuldades que o País atravessa”.

Este é o décimo diploma do estado de emergência que o Presidente da República submete ao Parlamento no atual contexto de pandemia de covid-19.