Rui Rio: “António Costa nada tem para dizer” ao País, colagem do PSD ao Chega é um “disparate”

31 de maio de 2021
PSD governacao pandemia mai

Rui Rio classifica de “disparate” a afirmação do secretário-geral do PS de que os social-democratas têm uma estratégia xenófoba e encostada ao Chega. “Quando o Governo se recusa a fazer qualquer reforma, no estado em que nós estamos, não está a rasgar nenhum horizonte para o futuro do país, nada, e como não tem argumentos para não o fazer inventa umas coisas, como disse há bocado, que o PSD tem uma estratégia xenófoba, encostada ao Chega. Dizer assim estes disparates, significa que não tem nada para dizer e que pura e simplesmente não quer reformar e gerir o país”, afirmou.

Na apresentação da candidatura de Jorge Ascenção à presidência da Câmara Municipal de Gondomar, Rui Rio lamenta que “o Primeiro-Ministro (…) nada tenha para dizer” ao país. “Para lá de ser mentira, aquilo que eu tenho dito é que temos de rasgar horizontes ao país, não podemos andar aqui a gerir a conjuntura de 0,1 disto e 0,2 daquilo. As pessoas têm de ter melhores empregos, melhores salários, esperança e futuro e, para isso, é preciso reformar. E ele diz que não reforma nada. Não tem grande razão e diz assim uns disparates”, assinalou.

Rui Rio critica o “folclore” que antecedeu o congresso do Chega que decorreu em Coimbra. “O que eu acho é que o Chega está com uns sonhos megalómanos. Criar [ponte com o PSD] faz parte do folclore. Não é dirigido a mim de certeza”, acrescentou. 

Este domingo, o PSD anunciou que não iria estar presente na cerimónia de encerramento do congresso do Chega por considerar que foram ultrapassados os “limites da decência e bom senso” na forma como o PSD foi tratado durante os trabalhos. “Há limites que a decência e o bom senso não permitem que possam ser ultrapassados, quer na forma, quer no conteúdo das alocuções" durante o congresso e "esses limites, tal como é seu timbre, foram, mais uma vez, ignorados pelo líder do Chega”, divulgou a direção nacional em comunicado.
 

Rui Rio: “Governo e a Câmara Municipal do Porto “deviam pedir desculpa aos portugueses”

Rui Rio apelou ao realismo na gestão da pandemia, que ainda não está superada, ao mesmo tempo que criticou a presença de público na final da Liga dos Campeões, no sábado, no Estádio do Dragão, no Porto. 

“Há que fazer isto com realismo, que nem sempre é o melhor. Não consigo entender como é que nós, nos campeonatos de futebol, não deixámos que houvesse público – e até direi que bem – e agora vamos importar um jogo em que os estrangeiros podem estar e andar por aqui a armar desacatos. E depois dizer que não vai ser como foi a festa do Sporting, em Lisboa e, aparentemente, ainda vai ser pior ou está quase a poder ser pior”, criticou. 

Rui Rio considera que se deve manter o foco e a vigilância no controlo do novo coronavírus. “Quero pedir às pessoas, quando as coisas não correm tão bem num dado concelho, para perceberem que, em nome desse concelho e do país como um todo, temos de abrandar o desconfinamento nesses sítios. É altura de ter o máximo de atenção, como sempre foi, de utilizar a experiência adquirida, que agora já é substancial, de continuar o ritmo de vacinação que o vice-almirante Gouveia e Melo tem feito e que merece o nosso aplauso e o país deve estar-lhe agradecido, pois o ritmo de vacinação é vital, mas também temos noção, e ainda hoje foi explicado, que o R está acima de 1, pelo que devemos ter muito cuidado porque de repente a coisa pode-se desgovernar outra vez”, alertou.

No sábado, depois da realização do jogo, Rui Rio defendeu que o Governo e a Câmara Municipal do Porto “deviam pedir desculpa aos portugueses” na sequência do comportamento dos adeptos ingleses no Porto, considerando uma “vergonha em pleno combate à pandemia”. “O Governo e a Câmara do Porto deviam pedir desculpa aos portugueses, que privados de tanta coisa, assistem a esta vergonha em pleno combate à pandemia. Nada aprenderam com o que se passou em Lisboa. Hoje foi bem pior. Muita conversa politiqueira... e muito pouca eficácia”, escreveu o Presidente do PSD na sua conta oficial na rede social Twitter.

Rui Rio censurou a falta de coerência do autarca do PSD, que criticara os festejos do Sporting, mas não foi capaz de perceber a dimensão da desorganização da final da Liga dos Campeões, evento marcado por desacatos entre os adeptos ingleses, detenções policiais, total desprezo pelas regras de distanciamento físico e na utilização de máscaras nos espaços públicos. “É isto que menoriza o Porto: ou se diz que em Lisboa foi pior, ou se é contra o Porto. Foi este discurso pequenino que eu eliminei, quando tive a honra de presidir à Câmara. Temos de estar à altura da grandeza da Invicta e acabar com este tique paroquial”, registou Rui Rio.