“Número político”

28 de junho de 2023
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Luís Montenegro acusa o Primeiro-Ministro de ser “o campeão” na cobrança de impostos, ao promover uma política fiscal “imoral”, e avisa que o Governo se prepara para fazer um “número político” com a atualização extraordinária das pensões.
“Há uma imoralidade, porque o Estado, o Governo, está a tirar às pessoas mais do que aquele muito que já tinha previsto no Orçamento do Estado. Fez isso em 2022 e está a fazer em 2023. (…) O dr. António Costa será campeão em qualquer caso, não precisa de estar a dar esta goleada aos portugueses. Mas está. Está primeiro a fazê-los sofrer, para depois ter meios para fazer algumas benesses (…) para determinadas camadas populacionais e, desculpem dizer, camadas eleitorais”, afirmou.
Num pequeno-almoço promovido pela Câmara de Comércio Americana em Portugal, em Lisboa, esta quarta-feira, o Presidente do PSD salientou que “a campanha eleitoral já está em curso”, pelo que “esta semana vamos ser prendados com a notícia do aumento extraordinário das pensões, que não é aumento nenhum: é apenas devolver aos pensionistas o que o dr. António Costa cortou lá atrás, no ano passado”. 
Luís Montenegro lembrou que o PSD apresentou uma proposta para que fosse inscrito no Orçamento do Estado para este ano “a atualização que a lei prevê”, na altura rejeitada. “Primeiro cobrou, primeiro sacrificou, e agora aparece com cara lavada a querer dar o que já era das pessoas, fazer um número político com o que já era dos pensionistas”, criticou.
Numa intervenção de 40 minutos, líder do PSD defendeu ainda que Portugal tem de “arriscar pagar melhores salários” tanto na administração pública e como nas empresas.
“Em Portugal, temos de arriscar com uma política salarial para valorizar quem trabalha na administração pública e nas empresas. (…) É comum dizer que os salários não se aumentam por decreto. (…) Mas confesso que vamos mesmo ter de arriscar no Estado, mas também nas empresas, em pagar melhores salários”, sublinhou, alertando para a falta de recursos humanos na administração pública em áreas essenciais como saúde, educação, segurança e tribunais.
Luís Montenegro insiste que “é preciso tomar medidas para inverter o agravamento, ter políticas de remoção de obstáculo à natalidade em Portugal, para os jovens terem condições para terem filhos”.
Para o líder do PSD, se “nada se fizer, daqui a 40 a 50 anos teremos menos de 20% da população”. “O que será de Portugal com oito milhões de pessoas?”, questionou.
Nesse sentido, entende Luís Montenegro, “é tão essencial termos capacidade de atrair e acolher pessoas de outras origens como tratá-las bem, dar-lhes condições dignas”, precisando que é a isto que se refere quando fala de “ter imigração com regras”.