Governo trata a agricultura “com desdém”, prefere embrulhar-se “em burocracia” e “ofender os agricultores”

10 de outubro de 2022
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Portugal precisa de uma agricultura “pujante”, que possa impor-se como atividade económica sustentável e proporcionar “soberania alimentar” ao país, revitalizar o mundo rural e cumprir o desígnio nacional da coesão territorial, onde as pessoas se sentem realizadas. 

No distrito de Évora, esta segunda-feira, Luís Montenegro colocou como tema central de reflexão e discussão a prioridade às questões ligadas à agricultura e às mensagens que ouviu dos “homens da terra”, “aqueles que não têm voz” junto dos “decisores” do poder central. 

O líder do PSD critica o Governo por tratar a agricultura portuguesa “com desdém”, ao mesmo tempo, dirige “um grito de ajuda em nome dos agricultores”: “A partir daqui, de Reguengos de Monsaraz, é preciso que o Governo deixe de tratar a agricultura portuguesa com o desdém, com o afastamento, com que o tem feito nos últimos anos. (…) Fico muito sensibilizado para aquilo que me vão transmitindo um pouco por todo o país e que também aqui hoje ouvi, relativamente a este sentimento de abandono das pessoas que vão lutando por se manterem nestes territórios (…) e se sentem desapoiadas e abandonadas”. 

Alegando que se tem assistido a “uma ausência completa de estratégia por parte do Ministério da Agricultura” e à “falta de diálogo com o poder municipal”, o Presidente do PSD exorta o Ministério da Agricultura a deixar “de estar tão embrulhado em burocracia, de estar tão preocupado em ofender os agricultores e possa efetivamente trazer ao dia a dia de cada um o potenciar da sua atividade, porque nós precisamos de ter um setor agrícola pujante”. 

No restaurante de apoio à praia fluvial de Monsaraz, no concelho de Reguengos de Monsaraz, após uma reunião com os agricultores, Luís Montenegro citou o exemplo do Alqueva, com a água da albufeira a escassos metros de distância, para abordar os investimentos que o empreendimento possibilitou no setor agrícola, mas também o que ainda está por fazer.

A falta de concretização da 2.ª fase do Bloco de Rega de Reguengos de Monsaraz, integrado no circuito hidráulico do projeto, mereceu um reparo do líder social-democrata. “É de facto estranho que se tenha promovido um investimento desta envergadura e não se tenha concretizado e complementado com o último elemento relevante no caso de Reguengos de Monsaraz, que era resolver aqui o problema da rega, nomeadamente na vinha, que é uma cultura onde a água tem uma preponderância enorme”, disse.

E ainda para mais quando “o país assiste, infelizmente, ao avolumar dos problemas que a seca tem vindo a trazer, que este ano de resto foram bem evidentes. E, colocando em causa aquilo que são as culturas e a subsistência deste setor, coloca-se também em causa a ocupação do território”, argumentou.

A agricultura portuguesa “precisa de ser mais apoiada”, vincou Luís Montenegro, explicando que o Orçamento do Estado “é também um veículo” para “canalizar investimento prioritários, muitos deles de baixo valor”.

“Sentir Portugal em… Évora” prossegue esta terça-feira, nos concelhos de Vila Viçosa, Alandroal e Borba.