David Justino defende “restrição drástica de exceções” ao confinamento e critica “declarações delirantes” do MAI

18 de janeiro de 2021
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Num balanço aos primeiros dias do estado de emergência e do processo eleitoral que se iniciou com o voto antecipado para as eleições presidenciais, David Justino acusa o Governo de incapacidade para resolver o quadro pandémico que Portugal atravessa, como demonstra o estado de rutura do Serviço Nacional de Saúde e ainda as “falhas injustificáveis” na votação no passado domingo. 

“O quadro pandémico e a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde está em estado de rutura ou de pré-catástrofe, quer na dimensão logística quer no esgotamento acumulado dos profissionais de saúde”, começou por alertar o vice-Presidente do PSD, que avisa que “os sinais de desespero dos responsáveis hospitalares deixam antever o pior dos cenários para as próximas semanas”.

Em conferência de imprensa, esta segunda-feira, David Justino apontou erros ao Governo em quatro níveis: “pela oportunidade”, já que “o Governo continua a correr atrás do prejuízo, em vez de antecipar e planear as suas intervenções”; pela falta de coerência, sobretudo, porque as “medidas de confinamento foram mal e tardiamente desenhadas”; pela ineficácia, sabendo que “quando se elencam 52 exceções”, se está a “dar o sinal contrário ao reforço da regra”; e pelo decretar de “um confinamento sem qualquer fiscalização”, que conduz “à desobediência”.

David Justino lembra que o “PSD votou favoravelmente o diploma que instituiu o estado de emergência, à semelhança de todas as iniciativas anteriores”. Como tal, “o Governo não poderá, assim, queixar-se da falta de colaboração do maior partido da oposição – como o tem feito de forma desleal nos últimos dias – com vista a proporcionar-lhe as condições legais para um combate eficaz à pandemia”.

Neste sentido, assinala o vice-Presidente, “o PSD exorta o Governo a restringir de forma drástica o número de exceções e a rever algumas situações com maior poder estruturante, como sejam a maioria dos serviços públicos, o setor da educação e da administração central e local, cujo contributo direto para a produção nacional é mais reduzido”.

Numa análise ao processo eleitoral de votações antecipadas para Presidente da República, que teve lugar ontem em todo o País, David Justino afirma que a Comissão Política Permanente do PSD ficou surpreendida com as declarações “delirantes” do ministro da Administração Interna. “Surpreendeu-nos as declarações do Senhor Ministro da Administração Interna. Depois de ter esperado duas horas para poder votar, o Senhor Ministro declarou que tudo correu bem. Mais, conseguiu ver ‘uma alegria semelhante à das primeiras eleições democráticas’. A afirmação é de tal forma delirante que se cobre de ridículo”, afirmou.

David Justino espera que o Ministério da Administração Interna e a Comissão Nacional de Eleições aprendam com os erros, “para que não volte a repetir-se as cenas de desorganização e desleixo a que assistimos”. “Como a própria Comissão Nacional de Eleições reconheceu, houve falhas injustificáveis, deficiente organização e excesso de exposição ao contágio. Milhares de cidadãos eleitores não conseguiram votar. Tudo poderia ser diferente: o Ministério da Administração Interna dispunha de toda a informação para organizar e planear todo o processo e fê-lo de forma amadora e desleixada, sujeitando os eleitores a longas filas de espera e à própria desistência. O Governo não pode contribuir para a desmobilização dos eleitores, nem desvalorizar o importante ato eleitoral para a Presidência da República. Se o Partido Socialista é o derrotado antecipado destas eleições, como já foi afirmado pelo Presidente do PSD, o Governo não poderá enveredar pelo mesmo caminho”, apontou.

David Justino considera que é “responsabilidade do Governo assegurar que o ato eleitoral decorra em completa segurança, garantindo dessa forma uma elevada participação eleitoral sem prejuízo de um eficaz combate à pandemia”.

O vice-Presidente do PSD salienta que as eleições presidenciais são “da maior importância para o futuro da democracia e para o futuro do país”. “É nas situações mais dramáticas que se exige de todos os Portugueses a sua participação ativa e responsável. Estas eleições representam um momento único na vida da democracia e é tão irresponsável o clima de radicalismo e de ataques pessoais a que temos assistido quanto é o desleixo e a desvalorização deste ato coletivo”, disse.

Por fim, a Comissão Política Permanente do PSD dirige um apelo a todos os Portugueses, “para que no próximo domingo participem com o seu voto, respeitando as regras de proteção de todos conhecidas”.