Crise política: PSD exige explicações do Primeiro-Ministro no Parlamento

29 de dezembro de 2022
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Paulo Rangel quer que António Costa “dê uma explicação cabal” na Assembleia da República na próxima quarta-feira, num debate de urgência requerido pelo PSD sobre a “grave crise política” aberta pelo caso TAP e pelas demissões no Governo. O vice-Presidente do PSD diz que há “uma epidemia de crises políticas” no Executivo, que acumula 11 demissões em nove meses.

“Doutor António Costa, o tempo não é de se esconder. O tempo é de responder (…). Nunca nos habituaremos a esta navegação à vista sem rumo. Nunca nos habituaremos a esta política de empobrecimento”, acusou. 

Em declarações no Porto, esta quinta-feira, o vice-Presidente do PSD considerou que o Governo “deixou de governar” e se move por “uma teia de interesses”. “Esta é uma crise grave, muito grave. António Costa e o PS obtiveram maioria absoluta para criar um governo estável. Mas neste momento a maioria absoluta é um fator de instabilidade”, acrescentou.

Paulo Rangel entende que a demissão de Pedro Nuno Santos não encerra este assunto. “A história do valor da indemnização ainda está por explicar e não se resolve com demissões. O esclarecimento de quem no Governo sabia exatamente o quê, continua por apurar. A demissão do ministro Pedro Nuno Santos não encerra o assunto e deixa muitos pontos em aberto. O ministro das Finanças tem muito que explicar. Foi ele quem assinou o despacho de nomeação de Alexandra Reis para a presidência da NAV (Navegação Aérea de Portugal) e foi ele quem a trouxe para o Governo de Portugal por duas vezes. Fernando Medina fez uma escolha pessoal”, referiu.

Paulo Rangel fala em “degradação política” e acusa António Costa de falta de liderança. “A falta de rumo e de coordenação e até de liderança política é gritante. A autoridade e a liderança política do Primeiro-Ministro saem fortemente abaladas desta onda de crises. Diante desta demissão, é preciso perguntar: Como é que um Governo que apresentou a TAP como absolutamente estratégica para o interesse nacional a pode sujeitar a tantos episódios, escândalos e tanta errância de decisões e de nomeações?”, questionou.