Redução nos serviços da Carris prejudica as “populações mais desprotegidas”

15 de janeiro de 2021
Grupo Parlamentar #carris #transportes #grandelisboa

Numa pergunta ao ministro do Ambiente e da Ação Climática, esta sexta-feira, os deputados do PSD manifestam surpresa “com a decisão da Carris de proceder ao corte dos serviços de transporte público a seu cargo e passar a funcionar com horários de verão” e relembram que “esta decisão, unilateral, impõe cortes de 14%, facto que suscita as maiores perplexidades no que à salvaguarda da saúde pública diz respeito”. 

O grupo parlamentar do PSD alerta que “a insuficiente oferta de transportes públicos tem motivado muitas reclamações por parte dos utentes, já que acarretam inúmeros casos de violação dos protocolos de distanciamento físico, constituindo por isso, um potencial risco ou meio de propagação que importa atenuar”. 

O PSD considera ainda que “estes cortes são também injustos para populações, mais desprotegidas e a necessitar de mobilidade, como os seniores, já que irão ser suspensas as carreiras de bairro bem como os ascensores da Bica, Glória, Lavra e Sta. Justa que no dia a dia ajudam as populações a transpor o obstáculo das colinas de Lisboa” e conclui que “ao Governo, como representante do concedente – o Estado Português – cabe tomar as providências adequadas para pôr cobro à presente situação”. 
 
O PSD questiona: 
1. Se o Governo tomou conhecimento antecipado da presente situação através da Carris ou da Câmara Municipal de Lisboa?
2. O Governo tem conhecimento de alguma diligência por parte da Câmara Municipal de Lisboa, junto das Freguesias de Lisboa, e das Câmaras Municipais cujos territórios e populações são servidos pela Carris?
3. Foi dado conhecimento antecipado destes cortes à comissão de utentes dos transportes públicos de Lisboa?
4. A Direção Geral de Saúde deu algum parecer favorável a esta pretensão, foi obtida autorização junto da Autoridade da Mobilidade e dos Transportes enquanto regulador?
5. Estes cortes estão articulados de forma intermodal com os restantes modos de transporte publico de Lisboa?
6. O Governo tem conhecimento de que outras empresas de transporte publico se preparem também para reduzir a sua oferta de transportes?
7. Com que legitimidade pode o Governo exigir aos operadores privados de transporte publico a manutenção das operações a 100%, quando concede uma redução substancial a uma empresa pública?
8. Qual o posicionamento do Governo face a esta redução da oferta de transporte publico em Lisboa, e para quando prevê a reposição dos níveis de serviço publico anteriores à pandemia?