Recuperação de aprendizagens: PSD organiza debate para “espevitar” Governo a agir urgentemente

7 de maio de 2021
Grupo Parlamentar Educação Covid-19 cen

O PSD vai realizar um debate no Parlamento, na próxima quinta-feira, com o objetivo de “espevitar” o Ministério da Educação a “agir com urgência” quanto à recuperação de aprendizagens perdidas durante o ensino à distância devido à pandemia.

Numa organização conjunta do Grupo Parlamentar e do Conselho Estratégico Nacional (CEN) do partido, o debate terá como oradores convidados o vice-presidente do partido e ex-ministro da Educação, David Justino, e o politólogo e coordenador do livro “Escolas para o Século XXI”, Alexandre Homem Cristo. A iniciativa, que será transmitida online, contará também com um debate em que o PSD conta ter a participação de diretores e professores.

O anúncio foi feito pela deputada Cláudia André, no final de uma audição parlamentar, requerida pelo PSD, sobre a recuperação de aprendizagens, que contou com vários especialistas em educação, entre eles um representante da OCDE, a presidente do Conselho Nacional de Educação, e vários investigadores académicos, que “reconheceram que pouco ou nada foi feito” até agora em matéria de recuperação de aprendizagens.

De acordo com a deputada, “em setembro de 2020, devíamos ter tido um plano para desenvolver ao longo do ano letivo, fizemos o segundo confinamento sem plano de recuperação de aprendizagens e o PSD está preocupado e quer levantar esta questão”.
“Já tivemos evidências académicas, vamos tentar na próxima quinta-feira ouvir os que estão no terreno e fazem um retrato mais próximo e mais real destes constrangimentos que atingem os alunos portugueses há dois anos letivos”, referiu.

O objetivo do PSD com este debate, explicou a deputada, é “de forma construtiva, ajudar e, no fundo, espevitar o Ministério da Educação a fazer algo, a agir urgentemente”. Apesar de em março o Primeiro-Ministro ter anunciado que iria apresentar um plano de recuperação das aprendizagens, a social-democrata sinaliza que “ainda nada sabemos sobre esse plano, ainda não fazemos ideia das linhas estratégicas que estejam a ser pensadas para orientar as escolas”.

Segundo a deputada do PSD, todos os especialistas apontam para um agravamento do fosso entre os alunos, nomeadamente entre os que têm dificuldades socioeconómicas e de aprendizagem, o que os sociais-democratas consideram poder ser corrigido com mais professores nas escolas.

“O que nós queríamos era que se investisse seriamente em recursos humanos para aumentar o apoio personalizado aos alunos”, defendeu, referindo que uma medida que tem sido adotada em outros países passa por apoio extra na sala de aula por professores ou tutores, em especial no primeiro ciclo.