Exclusão dos portadores de Trissomia 21 da primeira fase da vacinação, PSD pede explicações

4 de fevereiro de 2021
Grupo Parlamentar #trissomia21 #vacinacao #covid19 #pandemia

O grupo parlamentar do PSD questiona a ministra da Saúde sobre a exclusão dos portadores de Trissomia 21 dos grupos prioritários do Plano de Vacinação. 

Numa pergunta dirigida a Marta Temido, os social-democratas referem que foram contactados pela “Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21), no sentido de expor a exclusão deste grupo de doentes da primeira fase do Plano de vacinação e de obter uma justificação para tal decisão, na medida em que tem a evidência científica, as recomendações internacionais e a prática de muitos países da Europa a sustentar a categorização destes cerca de 2.000 utentes como prioritários”. 

“Segundo a evidência demonstrada, os portadores de T21 têm uma prevalência muito aumentada de défices da imunidade, apresentam, quase universalmente, uma forma moderada a grave de hipotonia muscular (geradora de uma menor capacidade de drenagem das secreções bronco-pulmonares); têm uma muito maior incidência (e prevalência) de alterações anatómicas e funcionais significativas, mormente cardíacas, ORL, renais, pulmonares, hepáticas, neurológicas e de outros órgãos e sistemas, geradoras de comorbilidade relevante, fator de reconhecido risco para uma apresentação mais grave da infeção pelo SARS-COV-19. Quando infetadas pelo SARS-COV-2, apresentam uma elevadíssima taxa de letalidade (45%), sobretudo na idade adulta, nos indivíduos do sexo masculino, e entre os sujeitos hospitalizados com idades superiores a 40 anos. Uma taxa de letalidade idêntica aos cidadãos com mais de 80 anos, agora incluídos no Plano de vacinação”, fundamentam os deputados do PSD. 

O grupo parlamentar do PSD “não teve a oportunidade de questionar a Comissão Técnica de Vacinação em tempo útil, uma vez que a mesma não se mostrou disponível para vir à Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença COVID-19 e do processo de recuperação económica e social”, concluem. 

O PSD pergunta: 
- Que argumentos sustentam a decisão de excluir o grupo de aproximadamente 2.000 cidadãos portadores de Trissomia 21 do grupo prioritário (fase 1) de vacinação?
- Tem o Governo conhecimento de que a Trissomia 21 está identificada entre as precondições significativamente associadas à hospitalização e ao internamento em Cuidados Intensivos e morte por Covid-19, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC)? 
- Tem o Governo conhecimento de que os planos de vacinação de países como França, Alemanha ou Espanha definiram os portadores de Trissomia21 como grupo prioritário?
- Quando está previsto, de acordo com o atual plano em vigor, a vacinação destes cidadãos?