Desvio de avião para deter Roman Protasevich é “um ato de pirataria internacional”, PSD apresenta voto de condenação

24 de maio de 2021
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O grupo parlamentar do PSD considera “um ato de pirataria internacional” o desvio do avião civil que fazia a ligação aérea entre Atenas e Vilnius e que culminou na detenção do jornalista e ativista bielorrusso Roman Protasevich.

Num projeto de voto de condenação que deu entrada no Parlamento, e que tem como primeiro subscritor o Presidente do PSD e deputado Rui Rio, os deputados social-democratas reprovam “a detenção envolta em arbitrariedade condenável, em tudo semelhante a um sequestro” e “apela à União Europeia a aplicação imediata de sanções adequadas à gravidade da situação para com o estado bielorrusso e a libertação imediata e incondicional de Roman Protasevich”. 

Para os deputados, “não pode haver qualquer indecisão ou fraqueza nem de Portugal nem da União Europeia neste caso, já que tal atitude reforça a ideia de quem tomou esta decisão de que está correto. Estamos perante um desvio – ou mesmo pirataria – de um avião civil de uma companhia aérea com sede num país da UE, contra as normas de aviação internacionais, num voo de ligação entre capitais de dois estados-membros da UE, e também da NATO. Mais se agrava a situação tendo em conta que serviu para perseguir e deter – ou mesmo sequestrar – um jornalista, com o claro objetivo de silenciar a oposição a um regime não democrático que ainda vigora num país europeu. O Governo português, ao presidir ao Conselho da União Europeia no presente semestre, deve ter uma posição própria, ao mais alto nível, e tomar a iniciativa para se tomarem decisões a nível europeu no sentido de reagir devidamente a este incidente internacional muito preocupante de forma que, ao se atuar, não se repita”. 

Roman Protasevich, de 26 anos, é o ex-editor-chefe do influente canal Nexta, que se tornou na principal fonte de informação nas primeiras semanas de protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020. Em novembro de 2020, os serviços de segurança bielorrussos registaram o nome do jornalista e o do fundador do Nexta, Stepan Putilo, na lista de “indivíduos envolvidos em atividades terroristas”.

O PSD lembra que o “Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, perante um vasto movimento de protesto contra a sua reeleição considerada fraudulenta em agosto de 2020, orquestrou uma campanha de repressão contra a oposição e os meios de comunicação independentes do país”.