Habitação: políticas estruturais do Governo vão aumentar oferta de casas

9 de maio de 2025
PSD legislativas2025 coimbraAD santaremAD

Na manhã de quinta-feira, na Figueira da Foz, o Presidente do PSD estabeleceu como horizonte 10 anos para “corrigir todas as dificuldades” na habitação, através de apoios públicos combinados com a oferta privada. “Eu espero que até ao fim desta década nós tenhamos mais oferta para moderar a dificuldade de acesso à habitação e que possamos, eventualmente, num horizonte de 10 anos, corrigir todas as dificuldades que foram acumuladas ao longo do período”, afirmou. 
Numa visita a uma obra de reabilitação de antigos edifícios militares, que serão convertidos em apartamentos com rendas “a custos acessíveis”, sobretudo para jovens estudantes, o também Primeiro-Ministro defendeu a estratégia do Governo de incentivar o aumento da oferta, pública e privada. 
Para Luís Montenegro, “não é possível de um dia para o outro, de um ano para o outro, moderar os preços de forma muito acentuada”. 
O líder da Coligação PSD/CDS-PP destacou medidas que o Governo tomou, como as isenções fiscais para os jovens comprarem a primeira casa e recusou que estas tenham tido um efeito contrário no aumento dos preços. Até 2029, serão disponibilizadas 59 mil novas casas “a custos acessíveis por parte do Estado” e as negociações com o Banco Europeu de Investimentos para financiar estratégias locais de habitação dos municípios "que apontam para a construção de cerca de 136 mil novas casas públicas".
No plano da agenda política, Luís Montenegro criticou as “influências políticas, partidárias e eleitorais” que não permitiram evitar o carrossel de greves da CP.  “Esta é uma greve absolutamente injusta, por mais razão sindical e laboral que pudesse existir a quem está a fazer a greve, entre os efeitos da greve, o prejuízo que é causado à vida das pessoas e à vida do país. Há uma desproporção enorme e, francamente, nós um dia vamos ter de pôr cobro a isto”, sublinhou. 
Luís Montenegro salientou que a requisição civil não era possível, também por o Governo se encontrar em gestão, e recordou que foi o Tribunal Arbitral a decidir que não era possível decretar serviços mínimos, uma decisão de que discordou.
O líder da AD salientou que respeita o direto à greve, no entanto cabe ao Governo “atender ao interesse geral”. Luís Montenegro questiona “se é justo e adequado” que centenas de pessoas possam “de forma fácil e direta colocar em causa os direitos de milhões de pessoas”, referindo-se aos utentes que deixaram de ir trabalhar, estudar ou perderam consultas médicas.
“A mim, interessam-me as pessoas, interessa-me o serviço que nós temos a obrigação de proporcionar a quem quer ir trabalhar, a quem quer ir estudar, a quem quer ir a uma consulta médica, a quem tem as suas dinâmicas muito prejudicadas, sem menosprezo pela luta laboral e pela reivindicação de todos os setores de atividade”, frisou. 
Em Santarém, o líder do PSD acusou o Secretário-geral do PS de incoerência nesta matéria, quando, em abril de 2019, Pedro Nuno Santos declarava em entrevista: “Devemos com cautela, sem pôr em causa direitos constitucionalmente consagrados, refletir sobre a lei da greve, sobre a organização sindical e sobre o abastecimento das nossas infraestruturas críticas”. 
Luís Montenegro considera que é “por estas e por outras” que só a AD garante estabilidade. “É preciso ter estabilidade política e na opinião política”, defendeu.
No comício em Santarém, Luís Montenegro recordou que, na campanha eleitoral de há um ano, assumiu neste distrito “um compromisso de honra” de fazer da agricultura portuguesa um setor estratégico do nosso desenvolvimento económico e social.
“Este trabalho não está acabado, mas esta prioridade tem expressão no Governo e empenho transversal dos ministros”, assegurou.