Venda de barragens da EDP: Adão Silva fala em “marosca fiscal” e exige que se faça justiça, “doa a quem doer”

5 de março de 2021
Grupo Parlamentar barragens Ambiente Bragança Vila Real

Adão Silva apelida de “marosca fiscal” o negócio que a EDP fez com a venda de seis barragens no Rio Douro, na zona de Trás-os-Montes. Em declarações à TSF, o líder parlamentar do PSD recordou as iniciativas que os sociais-democratas já tomaram em relação a este tema e deixou um “elogio e agradecimento” ao Movimento Cultural Terras de Miranda, um conjunto de cidadãos que tem, “de forma sã e empenhada, batido o pé em relação a esta situação de verdadeira marosca fiscal que está a acontecer em relação à EDP”.

Segundo o social-democrata, o Grupo Parlamentar do PSD propôs e fez aprovar, há um ano, uma recomendação ao Governo para que o executivo tivesse atento a este processo da venda de 6 barragens e encaminhasse os impostos gerados para o fundo para que se faça justiça para com a região onde a riqueza se produz. Já no debate do Orçamento para 2021, recorda, o PSD apresentou e fez aprovar uma alteração justamente para criar o tal fundo. Contudo, Adão Silva considera que “o processo foi conduzido mal por parte do Ministro do Ambiente”, algo que o PSD não pode aceitar. “O Ministro fez uma verdadeira borla fiscal dada à EDP. O senhor Ministro subestimou e desvalorizou as justas reivindicações das pessoas de Trás-os-Montes. Nós não podemos aceitar isto. Nós não podemos aceitar que haja aqui esta situação, ou seja, que o país seja esbulhado de dinheiro de impostos que tinha direito, que a EDP seja, mais uma vez, favorecida e não podemos aceitar que corram rumores que esta borla fiscal à EDP seja para compensar eventuais prejuízos que a EDP teve na barragem do Fridão”.

Com o Ministro do Ambiente a dizer que não há problema nenhum, que foi tudo feito dentro da Lei e que não há nada a pagar, Adão Silva assinala a dissonância dentro do próprio Governo, recordando que o Secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Fiscais não está assim tão convencido e que “tem as maiores dúvidas que o processo seja legítimo”, o que o levou a pedir à Inspeção-Geral da Autoridade Tributária para investigar detalhadamente esta matéria.

Pela parte do PSD, reitera o deputado eleito pela Região, exige-se que seja feita justiça em relação a esta matéria. O PSD está a investigar essa e outras matérias, já pediu várias informações, requerimentos, perguntas, vários pedidos de audições. “O PSD quer tudo muito bem explicadinho e tudo faremos para que esta situação seja esclarecida, doa a quem doer”, garantiu.