Rui Rio: Governo vai “levar ao colo” o candidato socialista por Lisboa

6 de maio de 2021
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Rui Rio acusa o Governo de querer “levar ao colo” o autarca e recandidato socialista à Câmara Municipal de Lisboa, porque “pelas guerras e desequilíbrios internos”, os socialistas vão fazer tudo para manterem o poder na capital. “Estamos hoje em dia de Benfica-Porto e eu diria, nessa linguagem, que vão por a carne toda no assador em Lisboa. O Governo vai levar o dr. Fernando Medina ao colo na medida do possível e tem contado com algumas ajudas que não devia contar”, alertou.

Na apresentação da coligação autárquica para Lisboa “Novos Tempos”, encabeçada por Carlos Moedas, e que juntou esta quinta-feira no Jardim da Estrela os líderes dos cinco partidos, PSD, CDS-PP, PPM, MPT e Aliança, Rui Rio criticou quer o candidato socialista por Lisboa quer o autarca do Porto, por manterem o “comentário político nas televisões todas as semanas”, sem que lhes façam as “perguntas incómodas” e que seriam expectáveis em democracia. “A democracia e a transparência exigem igualdade de circunstâncias, faço um apelo a que, em nome dos princípios democráticos, todos os candidatos tenham as mesmas condições de disputar com lealdade a eleição de setembro ou outubro”, apelou.

Rui Rio admite que vencer não é fácil em Lisboa, “mas quanto mais difícil, maior e mais saborosa é a vitória no dia em que acontece”. “A vitória desta coligação e a eleição de Carlos Moedas vai ser particularmente saborosa”, vaticinou. 

No dia em que o PSD comemora 47 anos, Rui Rio enalteceu o papel do poder local pelo desenvolvimento do país, embora em Lisboa, “a qualidade de vida” esteja muito abaixo do que os lisboetas merecem. “Aqueles que mais sofrem com a centralização e concentração do país são os lisboetas”, apontou.

Enquanto ex-presidente da Câmara do Porto, Rui Rio declarou que, se estivesse na pele de Carlos Moedas, “nem saberia por onde começar, tal é a tarefa, tantos são os problemas estruturais”. “Se aquilo que é preciso aqui são mudanças, o último partido em que se deve votar é no PS, que é o partido mais conservador e mais avesso à mudança na prática”, disse.

De qualquer forma, Rui Rio adianta que “o primeiro passo é oferecer aos lisboetas a possibilidade de terem, se quiserem, um excelente presidente da Câmara”, considerando que Carlos Moedas reúne as três características que fazem dele um político credível: “competência, seriedade e coragem”.
 

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Carlos Moedas: “As promessas não valem nada na boca de Fernando Medina”
 
Carlos Moedas, o líder pela coligação “Novos Tempos” à Câmara de Lisboa, acusa o presidente da autarquia de não ouvir os munícipes e de faltar à palavra nos compromissos assumidos nas autárquicas de 2017. “As promessas não valem nada na boca de Fernando Medina. Fernando Medina nunca o cumpriu o programa eleitoral”, afirmou o antigo comissário europeu, que deu como exemplos, os “14 centros de saúde” que Fernando Medina prometeu, os seis mil fogos de renda acessível “que nunca fez”, as “600 camas de cuidados continuados” que nunca disponibilizou e ainda os mesmos “320 lugares em parques dissuasores” que ia construir e não construiu”.

Carlos Moedas defende uma “visão” para a capital, “uma cidade do futuro, que olhe para a Tecnologia e para a Cultura”. “Como engenheiro, aquilo que olho para esta cidade penso, aquilo que falta a Fernando Medina, aquilo que falta a esta câmara municipal é sem dúvida a visão, que não tem, a execução, que também não tem, e a participação das pessoas que nunca teve”, denunciou.

Para aproximar os munícipes da autarquia, Carlos Moedas anunciou que vai criar uma assembleia de cidadãos, censurando os maus exemplos que não tiveram a participação devida dos munícipes, tais como o “projeto das Torres do Restelo” e a ciclovia da Avenida Almirante Reis, que tem sido alvo de sucessivas críticas. “Alguém ouviu as pessoas que todas as manhãs se levantam na Almirante Reis e que vêm à rua completamente bloqueada com uma ciclovia que cria poluição? As ciclovias não são para a poluição, são para retirar a poluição, são para descarbonizar a cidade”, considerou.

Por isso, com o objetivo de ouvir os cidadãos, realçou que se propõe a “fazer algo de muito diferente”. “Algo com risco, mas com coração e paixão como sempre tive. Quero criar uma assembleia de cidadãos para Lisboa, uma assembleia que seja diferente, que não vai substituir o que temos, mas que vai complementar, com pessoas diferentes”, explicou.