Encerramento de nove postos da GNR na Guarda, PSD critica desinvestimento na segurança

16 de fevereiro de 2021
Grupo Parlamentar gnr guardanacionalrepublicana seguranca Interior

Carlos Peixoto, deputado do PSD eleito pela Guarda, contesta a suspensão ou mesmo o encerramento da atividade de nove postos da GNR no distrito. Para o deputado, “o estranho argumento” que Governo invocou “foi o da otimização dos recursos disponíveis em face do aumento da incidência de covid-19 em inúmeros concelhos, a que acrescentou o alegado benefício obtido pelas populações com aumento do número de militares disponíveis para o patrulhamento exterior”. Argumento que o parlamentar social-democrata recusa liminarmente, sabendo que é “do conhecimento geral que as forças de segurança neste distrito em particular, e no interior do país em geral, têm perdido efetivos ano após ano”.

“O Governo não investe nos territórios de baixa densidade e vai esvaziando lentamente o corpo de guardas que afeta a estas regiões, desincentivando quem neles resiste, afastando investimentos públicos e privados e aniquilando emprego e fixação de pessoas nestes desprezados e recônditos lugares. Daí que a retórica questão da otimização de recursos só se coloca porque o Governo renunciou e prescindiu desses recursos, capitulando perante as zonas urbanas e perante outras prioridades que não a segurança nas zonas menos populosas”, afirma.

Numa pergunta ao ministro da Administração Interna, esta terça-feira, Carlos Peixoto considera um “absurdo que seja precisamente na fase em que a situação epidemiológica está a melhorar a olhos vistos que se justifique o encerramento destes postos com base no agravamento da situação de covid-19”. “Este paradoxo, somado à explicação que foi dada de que a suspensão permite um melhor serviço de patrulhamento exterior, lança a dúvida legitima se, afinal, este ensaio, que se classifica benignamente como temporário, não será para ficar e se transformar em definitivo”, antevê o deputado.

O PSD pergunta:
1. Quantos postos da GNR suspenderam, modificaram ou cessaram a sua atividade de atendimento à população nas últimas semanas em todo o território nacional?
2. Do número global de postos nessa situação, quantos se situam nas áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto ou no litoral do país, e quantos se situam em regiões ou distritos do denominado interior do país (ou territórios de baixa densidade)?
3. A alteração no funcionamento dos postos do distrito da Guarda é mesmo temporária e provisória? Em caso afirmativo, até quando?
4. Se o Governo explica que a suspensão ocorrida melhora o patrulhamento exterior, com que argumentos vai justificar a reabertura desses postos ou a reposição dos seus horários de funcionamento?
5. Por que razão no primeiro confinamento de março de 2020, onde também foi necessário controlar fronteiras e conter o crescimento dos contágios por covid-19, esta suspensão ou encerramento não ocorreu?