Eutanásia tem de ser debatida com tranquilidade e não num “exercício de 25ª hora”

28 de outubro de 2021
Grupo Parlamentar Eutanásia

Adão Silva considera que não estão criadas as condições, nem no Parlamento nem fora do Parlamento, para que o debate da eutanásia tenha lugar e defendeu que o mesmo deve ficar para a próxima legislatura. No final da conferência de líderes no Parlamento, que agendou a apreciação do decreto do Presidente da República referente à eutanásia para a próxima quinta-feira, o líder parlamentar do PSD revelou que os sociais-democratas se opuseram e protestaram contra este agendamento.

Segundo o parlamentar, o decreto entrou no Parlamento em março e deste essa altura não aconteceu nada e não foram apresentadas propostas de alteração para ultrapassar as inconstitucionalidades. “E, no entanto, neste momento particularmente delicado da vida do país, em que temos à vista um conjunto de dinâmicas que vão levar à dissolução do Parlamento, contra a vontade do PSD foi agendada a discussão do veto do Presidente da República sobre a eutanásia”, afirmou.

Para Adão Silva, a eutanásia é das matérias mais delicadas que o Parlamento pode debater, uma matéria em que se discute a vida e a morte, adiantando que “este tipo de matérias tem de ser debatido com uma grande seriedade e tranquilidade e não pode se debatido num exercício de 25ª hora”.

O líder da bancada do PSD manifestou ainda a sua surpresa com a revelação feita pelo Presidente da Assembleia da República de que o Presidente da República terá afirmado que não há problema deste tema ser debatido nesta altura. “O Presidente da Assembleia da República relatou que, na reunião que teve ontem com o Presidente da República, esta matéria foi abordada e que o Presidente da República lhe garantiu que por ele não tem problema nenhum. Portanto, o senhor da República, aparentemente, está disponível a promulgar ou vetar, não sei, aquilo que lhe chegar por parte do Parlamento”, estranhou o parlamentar.